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MATO GROSSO

Profissionais da Educação participam de curso online em Cuiabá 

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O curso online Noções Básicas de Solução de Conflitos Escolares está sendo ministrado para cerca de 280 profissionais da Educação de Cuiabá e Várzea Grande, durante o mês de setembro, na sede das Promotorias de Justiça da Capital, com objetivo de prevenir a violência escolar e promover uma cultura de paz nas unidades de ensino. Divididos em cinco turmas, participam da capacitação coordenadores de escolas, professores, psicólogos, assistentes sociais, entre outros. 

A iniciativa é do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Centro de Apoio Operacional (CAO) de Educação e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) – Escola Institucional do MPMT. Conforme o promotor de Justiça coordenador do CAO Educação, Miguel Slhessarenko Junior, a formatação do curso online permite que profissionais de todo o estado sejam capacitados para usar técnicas de mediação e círculos de construção de paz na solução de conflitos como indisciplina, violência e intolerância nas escolas. 

“Esse curso foi pensado para os profissionais da educação, uma vez que nós, do Ministério Público, recebemos sempre demandas no sentido de auxiliar na solução de conflitos escolares. Ele é de extrema importância porque aborda temas que não são trabalhados na formação universitária. Como as escolas estão se tornando cada vez mais ambientes de conflitos, a nossa preocupação é apresentar ferramentas que auxiliem na prevenção e solução desses conflitos, para que o ambiente escolar seja tranquilo, seguro e proveitoso para todos”, explicou Miguel Slhessarenko Junior aos participantes do curso, nesta terça-feira.  

Ele lembra que, na capital, desde 2018 o curso de mediação escolar é realizado presencialmente nas unidades de ensino e já capacitou dezenas de profissionais da educação em parceria com o Poder Judiciário e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). “Gostei muito de participar do curso online, ansiava por isso desde 2018, quando era coordenadora de escola e levei o curso para a unidade. Aprendi que é muito bom pensarmos no individual para trabalhar o coletivo”, avaliou a professora Amanda Katielly de Souza Silva. 

O tenente do Corpo de Bombeiros José Márcio Leite da Costa, lotado na coordenação disciplinar da Escola Estadual Militar Dom Pedro II – Presidente Médici, revelou que a capacitação superou as expectativas. “O curso me despertou para a mediação de conflitos que, como sabemos, sempre existiram e existirão nas escolas. E essa formação é fundamental para que, de fato, possamos atuar na mediação e solução”, disse. 

A psicóloga Francieli Dal Cortivo conta que a prática da comunicação mais assertiva e não-violenta já é uma realidade nas escolas, e que o curso contribuirá ainda mais para a atuação dos profissionais. “Toda informação é válida e esse conhecimento será agregado ao nosso currículo, especialmente falando dos círculos de construção de paz. Esperamos ansiosamente por novas turmas dos cursos de Mediação de Conflitos Escolares e Facilitadores de Círculos de Construção de Paz, pois ainda temos poucos profissionais capacitados nesse sentido”, pontuou. 

Sobre o curso – Com seis horas-aula de gravação (modalidade assíncrona), o curso é dividido em cinco módulos: Introdução e sensibilização sobre conflito x violência e convivência escolar; Conceitos de Violências, Cultura de Paz e como mensurar os dados na escola; Comunicação Não Violenta; Noções Básicas em Mediação de Conflitos Escolares; Noções Básicas em Círculos de Construção de Paz. Em Cuiabá, os participantes recebem mais três horas-aula, ao vivo (modalidade síncrona). 

As aulas gravadas são ministradas pelos promotores de Justiça Miguel Slhessarenko Junior e Patrícia Eleutério Campos Dower, pelos mestres em Educação Lúcia Maciel Couto, Patrícia Simone da Silva Carvalho e Gabriel da Silva Pereira, com participação das professoras Thalita Rodrigues e Rosangela Roquette e da mediadora do Tribunal de Justiça professora Maria Helena de Jesus.
 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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