Além da demissão sumária, o professor revelou que passou a sofrer ameaças de morte depois de ser exposto pelo seu posicionamento
O professor de História Anderson Cardoso Ribeiro, que atuava no colégio Jean Piaget, em Sinop (480 km de Cuiabá), foi demitido por mensagem depois de publicar nas redes sociais críticas aos bloqueios feitos por bolsonaristas nas rodovias federais. Ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), o professor relatou que, além da demissão sumária, também passou a sofrer ameaças, inclusive de morte.
“Querem destruir a minha reputação. Me expuseram indevidamente em páginas nas redes sociais, difamando a minha honra, a minha imagem, me expuseram como se eu fosse um mero delinquente simplesmente por eu ter colocado a minha opinião na Internet em minha página pessoal”, relatou Anderson.
“No meu post, eu comentei que, o fechamento do comércio em apoio ao trancamento da BR-163 é um crime contra a democracia e também prejudica toda a sociedade e, em especial, o próprio comércio que, durante a pandemia da covid-19, se negou a fechar as portas alegando que quebrariam financeiramente”, emendou.
O professor também denunciou ameaças de morte. “Cheguei a ser ameaçado, com pessoas dizendo inclusive que eu seria atropelado, visto que ando de bicicleta para ir ao trabalho. Mas quero reforçar que criminosos, delinquentes devem ser tratados pela Justiça e, por isso, tomaremos todas as medidas legais contra a milicianos digitais”.
Sobre a demissão, Anderson disse ter ficado surpreso com o posicionamento da direção da escola onde atuava como professor de História. “Infelizmente, algumas pessoas aqui nessa cidade não aceitam opiniões divergentes, mas eu me recuso a me omitir, pois estamos num país livre, onde eu tenho todo o direito de manifestar minha opinião. O que devemos ter é respeito. Estou muito indignado com tudo isso que está acontecendo”, disse.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, conversou pessoalmente com Anderson e manifestou todo apoio do Sindicato ao professor. “Esperamos a punição dos agressores milicianos digitais que se escondem através de uma tela virtual, achando que podem expor, difamar e atacar quem tem uma opinião diferente, quem defende a democracia. O Sintep-MT está atento a esse tipo de ataque e já se colocou à disposição do professor Anderson contra essa injustiça sofrida por ele”, assegurou Valdeir.