A intolerância à lactose é uma condição comum que afeta uma parcela significativa da população mundial, gerando sintomas desconfortáveis após consumir leite e seus derivados. Nos últimos anos, a popularidade dos produtos sem lactose, também conhecidos como produtos lacfree, tem crescido significativamente, sendo frequentemente associados a uma alimentação mais saudável e à perda de peso.
No entanto, é importante entender que esses produtos não são necessariamente mais saudáveis para todos e podem até trazer prejuízos para indivíduos não intolerantes à lactose. Conversamos com o nutricionista esportivo e funcional Renato França para esclarecer as principais dúvidas sobre esse tema. Confira:
O que é intolerância à lactose e quais são os principais sintomas? (GPS)
“A intolerância à lactose é uma condição em que o organismo não produz ou produz em quantidade insuficiente a enzima lactase, responsável por digerir a lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Os principais sintomas incluem inchaço abdominal, excesso de gases, diarreia, dor abdominal, náuseas e, em alguns casos, dor de cabeça e cansaço excessivo.” (Renato França)
Como são produzidos os produtos lacfree ? Eles têm valor calórico reduzido? São melhores para quem busca emagrecimento? “Os produtos lacfree são produzidos através da adição da enzima lactase ao leite ou outros produtos lácteos. Essa enzima quebra a lactose em dois açúcares mais simples, glicose e galactose, que são mais facilmente absorvidos pelo organismo. O processo de quebra da lactose não altera significativamente o conteúdo calórico do produto. Portanto, eles não são especificamente indicados para emagrecimento.”
Quem deve priorizar consumir os produtos lacfree ?
“Quem deve priorizar o consumo desses produtos são justamente os indivíduos que apresentam sintomas de intolerância após consumir produtos lácteos convencionais. Isso inclui pessoas diagnosticadas com intolerância à lactose, que podem se beneficiar de produtos lacfree para evitar os desconfortos gastrointestinais associados.”
Há benefícios também para quem não tem intolerância?
“Para pessoas que não são intolerantes à lactose, cessar o consumo de lactose não traz benefícios e pode até ser contraindicado. A lactose tem um efeito prebiótico e ajuda na manutenção de bactérias benéficas para o intestino, que auxiliam na digestão da própria lactose. Ao suspender a exposição alimentar à lactose, a microbiota intestinal começa a alterar e se torna menos preparada para lidar com a lactose. Pacientes com disbiose intestinal podem ter uma redução da tolerância à lactose e passar a manifestar sinomas ao consumir lactose por conta disso. Além de ser afetar pela microbiota, a produção de lactase é estimulada pela exposição regular à lactose, e quando o corpo não tem mais exposição frequente à lactose, ele entende que não é mais necessário sustentar a produção da lactase. Isso muitas vezes se torna um problema para quem suspende o consumo de lactose no dia a dia, mas eventualmente, em uma refeição no final de semana por exemplo, acaba comendo pizza ou algo com creme de leite, molho branco, queijo ou uma sobremesa e sente desconforto abdominal, gases, podendo chegar até a ter diarreia.”
Tem alguma dica para quem excluiu a lactose do dia a dia e passou a ter sintomas quando consome produtos lácteos eventualmente? “Para quem excluiu a lactose da dieta sem qualquer motivo ou indicação e passou a ter sintomas ao consumir produtos lácteos eventualmente, é importante reintroduzir esses alimentos gradualmente. Um caminho que utilizo com pacientes com esse quadro é começar com o consumo diário de pequenas quantidades de queijos maturados e iogurte e vou aumentando aos poucos, observando como o corpo reage. Além disso, o uso de probióticos e prebióticos específicos, prescritos de forma individualizada, pode auxiliar a deixar a microbiota mais preparada e melhorar a tolerância à lactose e com isso minimizar possíveis sintomas ao consumir pratos ou receitas contendo leite e derivados. É importante salientar que isso é aplicável a casos específicos e não a todos que tem intolerância à lactose e esse processo deve ser feito sob supervisão e orientação profissional de um nutricionista ou gastroenterologista.”
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.