Agronegócio

Produtores de cacau do Pará conquistam o mundo com chocolates finos

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Agricultores familiares do Pará estão investindo no cultivo de cacau visando o mercado de chocolates finos, com ótimos resultados. Desde 2018, os produtores do assentamento Tueré,  têm obtido destaque em concursos nacionais e internacionais de qualidade, consolidando a região como uma das mais reconhecidas no setor de chocolates finos.

Com um terroir de cacau considerado único no mundo, a região ganhou mais de 30 prêmios em campeonatos de cacau, incluindo 12 medalhas de ouro, nove de prata e seis de bronze. Paulo Lima, gerente de programa da ONG Solidariedad, destaca que esse reconhecimento impulsionou a autoestima das famílias no assentamento, aumentando significativamente o engajamento no projeto.

As amêndoas de cacau fino, com um valor de mercado mais que o dobro do cacau do tipo commodity, recebem um tratamento especial desde o plantio até a fermentação e secagem. As técnicas aprimoradas foram desenvolvidas graças ao acesso dos produtores à assistência técnica fornecida pelo projeto.

Mariana Pereira, gerente de programa da ONG, destaca a transformação do cacau de baixa qualidade inicial para cacau e chocolate de alta qualidade, alcançada por meio do beneficiamento e pós-colheita trabalhados em colaboração com os produtores. O resultado foi um aumento de 30% no volume de produção, atingindo cerca de 8,5 toneladas.

O produtor enfatiza a importância do conhecimento avançado na poda e manejo, contribuindo para o aumento da produção. Entretanto, apenas parte desse volume atende aos critérios para se tornar uma amêndoa de cacau fino, dada a natureza limitada do mercado de nicho, com vendas variando entre 200 a 300 quilos a cada temporada.

Reconhecendo o potencial do terroir local, alguns produtores, como Jailiane Cruz e seu marido Francisco, decidiram criar o “Chocolate Tueré”. Essa iniciativa, vendida localmente e em feiras especializadas, visa verticalizar parte da produção, agregando valor ao produto e contando a história por trás do processo de fabricação.

Francisco Cruz, um dos primeiros participantes do projeto, plantou seis mil mudas há 18 anos, migrando gradualmente para o sistema agroflorestal ao longo dos anos. Com mudanças na forma de beneficiar e manejar a lavoura, Francisco expressa o desejo de inspirar outros produtores da região a seguir o caminho da verticalização da produção.

Fonte: Pensar Agro

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