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Agronegócio

Produção Pecuária do Brasil Cresce 4,5% e Bate Recorde de R$ 112,3 Bilhões em 2023

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Apesar de estarmos quase em 2025, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (19.09) os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) de 2023 registrando um aumento de 4,5% no valor de produção dos principais produtos, atingindo o patamar recorde de R$ 112,3 bilhões. O crescimento foi impulsionado principalmente pelos resultados positivos na produção de leite e ovos de galinha, que se destacaram no cenário nacional.

O rebanho bovino brasileiro também atingiu novo recorde histórico em 2023, com um total de 238,6 milhões de cabeças, um crescimento de 1,6% em comparação ao ano anterior. Esse número supera em 12,7% a população humana do país, que, de acordo com estimativas do IBGE, era de 211,7 milhões de habitantes em agosto de 2023. A pesquisa reforça que o avanço do efetivo bovino, embora em ritmo mais lento do que o de 2022, quando o aumento foi de 4,6%, reflete o contínuo desenvolvimento da pecuária no Brasil.

O valor bruto da produção pecuária (VBP) em 2023 foi um dos pontos altos do setor, com um crescimento de 7,7% em relação a 2022, impulsionado principalmente pela alta de 68,9% na produção de suínos. Desse total, os bovinos contribuíram com 12%, seguido pelo frango (8,3%), leite (5,3%) e suínos (4,9%). O VBP agropecuário total alcançou R$ 1,2 trilhão em agosto, dos quais R$ 391,6 bilhões referem-se à produção pecuária, correspondendo a 32,6% do total.

Entre os estados, o Centro-Oeste manteve sua liderança na produção agropecuária, com 28,6% de participação no VBP total, seguido de perto pela região Sudeste, com 28,4%. Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, encabeça a lista, com 13,9% do valor total, seguido por São Paulo (13,3%), Minas Gerais (11,4%) e Paraná (11,3%).

Minas Gerais liderou no valor de produção de produtos pecuários, gerando R$ 24,6 bilhões, dos quais 87,5% advêm da produção de leite. Com isso, o estado reafirma sua posição de destaque no setor, especialmente no que se refere à produção láctea. Paraná e Rio Grande do Sul completam o pódio, com R$ 14,3 bilhões e R$ 11,3 bilhões, respectivamente.

O leite segue sendo o principal produto pecuário em termos de valor de produção. Em 2023, a produção láctea atingiu 35,4 bilhões de litros, o que gerou R$ 80,4 bilhões, um aumento de 0,4% em comparação a 2022. O crescimento se deu, mesmo com a redução de 1,9% no preço médio do litro de leite, graças a uma alta de 2,4% no volume produzido. Esse aumento é atribuído, em parte, à maior adoção de tecnologias de manejo e genética, que têm impulsionado a produtividade do setor, apesar da diminuição no número de vacas ordenhadas, que caiu para 15,7 milhões, o menor nível desde 1979.

Os ovos de galinha foram o segundo produto mais importante no valor total de produção, alcançando R$ 30,4 bilhões, o que representa 27,1% do total. Em comparação a 2022, houve um aumento significativo de 17,3% no valor de produção dos ovos, um crescimento de R$ 4,5 bilhões. A produção totalizou 5 bilhões de dúzias, mantendo o país entre os maiores produtores mundiais.

Entre os municípios, Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, destacou-se como o maior produtor nacional de ovos de galinha, com um valor de produção de R$ 1,9 bilhão, quase totalmente derivado dessa atividade. Bastos, em São Paulo, ficou em segundo lugar, com R$ 1,4 bilhão, sendo 98,6% desse valor também proveniente da produção de ovos. Em terceiro lugar, o município de Castro, no Paraná, gerou R$ 1,3 bilhão, com grande parte desse valor advindo da produção de leite.

Além do leite e dos ovos de galinha, outros produtos também contribuíram para o valor total da produção pecuária em 2023. O mel gerou R$ 0,9 bilhão, enquanto os ovos de codorna representaram R$ 0,5 bilhão. A produção de lã e casulos do bicho-da-seda, embora menores em valor, também marcaram presença, com participações abaixo de 0,1%.

O ano de 2023 foi marcado pela influência do fenômeno La Niña, que trouxe estiagem para o Sul do Brasil e condições climáticas favoráveis para o Norte e Nordeste. Essas variações climáticas influenciaram diretamente a produtividade das lavouras e da pecuária, com impacto no preço e volume dos produtos. Apesar dessas oscilações, a pecuária brasileira manteve-se em expansão, demonstrando resiliência e capacidade de adaptação.

Com os recordes alcançados, o setor pecuário brasileiro segue se consolidando como um dos mais importantes no cenário mundial, tanto pelo tamanho do rebanho quanto pelo valor gerado. A expectativa é que, com a continuidade dos investimentos em tecnologia, manejo e genética, a produtividade siga em alta, contribuindo para o crescimento sustentável do setor nos próximos anos.

A pesquisa do IBGE revela não apenas o vigor da pecuária no país, mas também sua relevância para a economia nacional, sendo um pilar do agronegócio e um importante gerador de divisas.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social

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O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.

No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:

1185 do Setor Agropecuário
235 do Setor de Consumo
728 do Setor de Crédito
284 do Setor de Infraestrutura
720 do Setor de Saúde
655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços
886 do Setor de Transporte

As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.

O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.

As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:

  • COAMO – R$ 26,07 bilhões
  • C. VALE – R$ 22,44 bilhões
  • LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
  • COMIGO – R$ 15,32 bilhões
  • COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
  • COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
  • COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
  • COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
  • INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
  • FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões

Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.

A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.

Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.

Fonte: Pensar Agro

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