O corredor marítimo entre o Chipre e a Faixa de Gaza, anunciado na última sexta-feira (8) pela União Europeia (UE) foi inaugurado nesta terça (12). De acordo com a ONG espanhola Open Arms, uma embarcação saiu do porto cipriota de Larnaca às 3h50 (horário de Brasília) carregando quase 200 toneladas de alimentos rumo ao enclave palestino.
“Zarpamos! A missão conjunta #OpenArms & @WCKitchen parte de Chipre e dirige-se para #Gaza carregada com 200 toneladas de alimentos. Assim, abre-se o corredor humanitário marítimo para a Faixa, numa missão de elevada complexidade que confiamos que será a primeira de muitas que conseguirão aliviar a situação de emergência humanitária que vive a população”, escreveu a organização em uma mensagem no X (antigo Twitter).
O Chipre é o país da União Europeia mais próximo da Faixa de Gaza, a 370 quilômetros de distância. Nas redes, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou a partida do navio para Gaza de “sinal de esperança”.
“Faremos tudo ao nosso alcance para que a ajuda chegue aos palestinos”, escreveu em uma publicação no X. O presidente cipriota, Nikos Christodoulides, também saudou a operação, afirmando que estabeleceria uma “tábua de salvação para os civis”.
‘Não substitui o que chega por terra’
A embarcação está levando diversos recursos alimentícios – há produtos como “arroz, farinha, legumes, vegetais enlatados e proteínas”. Os alimentos serão distribuídos no enclave palestino pela World Central Kitchen (WCK), organização liderada pelo chef hispano-americano José Andrés.
Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, a WCK tem equipes em Gaza para ajuda humanitária, com 65 cozinhas comunitárias e aproximadamente 350 mil refeições distribuídas por dia.
Além disso, a ONG construiu um cais — cuja localização não foi divulgada por razões de segurança — para conseguir descarregar a ajuda que chegará pelas águas.
Quase 2,3 mil caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza em fevereiro, diz agência da ONU
Segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), cerca de 2,3 mil caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza em fevereiro, com uma média de 82 veículos por dia, um número que expressa uma queda de 50% em comparação ao mês anterior.
Mesmo com a inauguração da rota marítima e a recente implementação da rota aérea, os grupos de ajuda internacional alertam que as entregas terrestres ainda devem ocorrer adequadamente em Gaza. Os grupos argumentam que a medida é ineficaz e desvia a atenção de outras prioridades, como pressionar Israel a definir um cessar-fogo, por exemplo.
“É mais fácil, mais rápido e mais barato, especialmente se soubermos que precisamos sustentar a assistência humanitária para os habitantes de Gaza por um longo período de tempo” afirmou a coordenadora de ajuda da ONU para o território palestino, Sigrid Kaag, em reunião do Conselho de Segurança na quinta passada (7). “O ar ou o mar não substituem o que precisamos ver chegar por terra”, afirmou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.