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Primeiro-ministro de Israel anuncia adiamento da reforma do Judiciário

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Reprodução/Twitter
Netanyahu está no terceiro mandato à frente de Israel

Após ser pressionado por diversos protestos e greves no país, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu anunciou que voltou atrás na decisão, e adiou o processo de votação da reforma do Poder Judiciário.

Durante o discurso que foi televisionado, Netanyahu diz que a medida de adiar a votação visa “evitar a divisão na nação”, completando que o adiamento da segunda e terceira leitura será até ” chegar a um amplo consenso”. As manifestações é considerada um das maiores já vista no país.

A reforma consistia que aumentar o poder do governo, ao qual seria possível a escolha dos membros dos tribunais israelenses, além de permitir que o Parlamento do país (Knesset) pudesse derrubar decisões tidas pela Suprema Corte.

Os apoiadores do governo foram favoráveis à proposta, especialmente os partidos de extrema-direita, a qual são a sustentação da coalizão liderada pelo Likud, legenda do primeiro-ministro.

Entretanto, a ideia foi recebida com grande resistência por parte da população e dos setores liberais do país. Isso gerou diversos protestos contra a reforma, que perduram a cerca de 12 semanas consecutivas em cidades como Tel-Aviv e Jerusalém. Segundo eles, a reforma desmontará o sistema de independência entre os poderes, e seria o fim da democracia em Israel.

Alguns críticos dizem que Netanyahu possui motivos pessoais para a tentativa de controlar o Judiciário, uma vez que ele responde três processos por suborno, quebra de confiança e fraude, todos julgados pela Suprema Corte.

Reservistas se recusaram a voltar a treinar com as Forças Armadas como forma de protesto contra a reforma. A ação foi um alerta para o governo, uma vez que Israel depende dos reservistas para garantir a segurança do país por ser uma região hostil.

No fim da última semana, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foi demitido por Netanyahu por discursar defendendo que fosse abandonado a reforma pelo governo. A ação acabou gerando novos protestos espontâneos contra o governo.

Os partidos de extrema-direita criticaram a fala de Gallant, dizendo que não poderiam se “render á anarquia”. Entretanto, as divisões aumentaram nesta segunda-feira (27), após as centrais sindicais decretarem uma greve geral contra a proposta.

O maior movimento sindical da história foi visto no país, com a paralisação de setores como os portuários, aeroportuários, comerciais e educacionais. Com o crescimento das manifestações, o primeiro-ministro não teve outra saída, e teve que anunciar o adiamento da votação.

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Fonte: Internacional

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