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Economia

Presidente da Petrobras diz que estatal será “offshore dos ventos”

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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse, nesta quarta-feira (11), que a companhia tem potencial para ser referência na geração de energia eólica a partir de usinas no oceano. “Companhia offshore [exploração no mar] continuaremos a ser, só que agora dos ventos”, afirmou, se referindo à capacidade já conhecida da empresa de explorar petróleo em alto mar.

A declaração foi feita durante o seminário Caminhos para Transição Energética Justa no Brasil, organizado pela Petrobras e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

“Quem faz isso [exploração em águas profundas] pode entrar tranquilamente no offshore eólico. São grandes estruturas de aerogeradores e estruturas de escoamento de energia em que são aproveitadas, inclusive, plataformas de petróleo que já deixaram ser utilizadas para o primeiro fim.”

De acordo com Prates, a Petrobras tem o maior potencial para geração eólica no mar no Brasil. “Já somos hoje o maior desenvolvedor de projetos eólicos offshore do Brasil. Nós saltamos à frente de todos os outros desenvolvedores ao anunciar dez áreas, além das sete que temos em parceria com a [empresa norueguesa] Equinor”. 

Ele ressaltou que uma vantagem que o país e a Petrobras têm é a característica do litoral brasileiro, menos inóspito e com menos intempéries que mares do Hemisfério Norte.

Margem Equatorial 

Jean Paul Prates voltou a defender a perfuração de poços de petróleo na Margem Equatorial – área marítima que se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, desde o Amapá até o Rio Grande do Norte – considerada promissora como o pré-sal.

O Ibama concedeu licença para exploração na Bacia Potiguar, que abarca o litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará. Mas a petrolífera busca autorização para perfurar poços até o Amapá, incluindo a Bacia da Foz do Amazonas.

“Quero deixar bem claro que não há absolutamente nenhum conflito intergovernamental sobre esse assunto”, disse ao se referir à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. “Respeitamos o momento e a necessidade de fazerem alterações e novas exigências ao processo de licenciamento.”

Prates afirmou que um período de mais seis meses ou menos seis meses no processo de licenciamento faz pouca diferença. Ele disse acreditar que a Avaliação Pré-Operacional (APO) que resultou na aprovação da licença para a Bacia Potiguar pode facilitar a liberação, por parte do Ibama, da exploração nas demais bacias da Margem Equatorial. A APO é a simulação de um procedimento de emergência contra desastre ambiental, que contou com embarcações, drones, helicópteros e equipes de contingência. 

“A licença foi dada. Vamos fazer a operação com muito sucesso. A expectativa é de ainda no primeiro semestre do ano que vem ou, no mais tardar, ao longo de 2024, ir rumo ao Amapá para perfurar a margem Equatorial.”

A Petrobras pretende furar 16 poços em toda a margem. “A Petrobras é o melhor e mais habilitado operador de petróleo no mundo para fazer essa operação e, se isso não acontecer agora, não acontecerá mais. Se não acontecer com a Petrobras, ninguém mais fará”, ressaltou. 

Parceiro

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial. “Precisamos descobrir novas reservas, com todo o respeito ao Ibama, que seja rigoroso, seja prudente.”

Além disso, Mercadante disse que o banco público vai ser parceiro da Petrobras na Margem Equatorial, citando um relacionamento que resultou em uma carteira de R$ 78 bilhões de financiamento à companhia nos últimos quase 20 anos. Ele afirmou que o banco vai procurar fornecedores da estatal.

“Se eles têm contratos, se eles têm recebíveis, podermos acelerar o financiamento e ajudar.” 

Além de considerar que o combustível fóssil ainda vai ser importante no mundo por décadas, Mercadante considera que mais investimento em petróleo pode ser fonte de recursos financeiros para se chegar à transição energética.

“Não temos ainda um combustível que substitua o combustível fóssil. O petróleo ainda é uma dimensão fundamental da matriz de transporte, da matriz energética”, disse.

“Se nós tivermos inteligência estratégica, esta renda do petróleo pode ser o grande diferencial para o Brasil acelerar sua transição energética, o processo de descarbonização e ser primeiro país do G20 [grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia] com a grande missão histórica a entregar carbono zero”. 

Suzana Kahn, diretora-geral da Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reconheceu que o petróleo terá relevância até 2100. Ela ressalta que o desenvolvimento tecnológico surgido com a indústria do petróleo é aproveitado pelo esforço de transição energética.

“Não há um desperdício de conhecimento, muito pelo contrário. Estamos pavimentando o nosso conhecimento para as novas economias, seja a eólica offshore, seja a energia térmica dos oceanos, uma fronteira que para o Brasil será muito importante”.  

A diretora, que fez parte do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), grupo que dividiu o Prêmio Nobel da Paz em 2007, ressaltou ainda a importância da renda obtida com o petróleo para o estabelecimento de um mundo com mais energia sustentável.

Segundo a diretora, um país com base científica sólida se torna muito mais fortalecido, menos vulnerável a qualquer advento, quer seja climático ou não, econômico ou não. 

“Em particular, a renda do petróleo, sobretudo a cláusula de P&D [da Lei do Petróleo, determina que empresas invistam parte dos ganhos em pesquisa e desenvolvimento], que nós temos para investir exatamente em inovação, é extremamente importante para que a gente se torne um país que possa, de fato, ser mais resiliente.” 

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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