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MATO GROSSO

Presidente da Airbus fala do potencial de Sinop na nova geração de combustíveis para aviação

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O Brasil pode se tornar a Arábia Saudita para os combustíveis de aviação e Sinop pode ser a “Dubai”. A afirmação é do presidente da Airbus no Brasil, Gilberto Peralta, que esteve na cidade nesta quarta-feira (29), participando do lançamento do World Trade Center Sinop – um complexo comercial que leva a grife do Grupo de ergueu as Torres Gêmeas em Nova Iorque.

O CEO brasileiro da maior empresa aeroespacial do mundo gastou parte do seu tempo em Sinop para falar do momento de transição da aviação. Segundo Peralta, o grande dilema atual é a substituição dos combustíveis fósseis nos aviões por matrizes energéticas renováveis. A busca é pela troca do Querosene por algo mais “verde”. “O mundo discute a sustentabilidade e a substituição dos combustíveis fósseis por um fonte renovável nas aeronaves. Essa mudança na matriz passa pelo agronegócio. É ele quem vai produzir o novo combustível que irá mover a aviação mundial. E o lugar mais propenso para isso no mundo é o Mato Grosso”, defendeu Peralta.

Para o presidente da Airbus Brasil, Sinop se estabeleceu como capital do agronegócio, sendo o maior centro comercial da região mais produtiva do país. Com isso, a cidade passa a ter importância e relevância não apenas no cenário nacional, mas internacional. “O Brasil pode se tornar a Arábia Saudita do combustível para aviação”, discursou.

Peralta citou estudos apontando que apenas com as “sobras” do agronegócio brasileiro é possível produzir 13 bilhões de litros de combustível renovável para aviação por ano. Esse volume é quase o dobro do consumo nacional. “É possível implementar essa produção hoje sem mexer em nada no volume de alimentos produzidos, apenas com as sobras do agronegócio”, frisou.

O novo combustível pode vir da cana-de-açúcar, da madeira, de óleos vegetais e até de sebo bovino. Trata-se de um hidrocarboneto, com uma molécula formada por 14 átomos de Carbono e 30 de Hidrogênio. Peralta explica que não importa qual seja a matéria prima desse combustível, ele deve ser uniforme, tendo a mesma composição, para que assim possa mover os motores e turbinas de aviões sem qualquer necessidade de ajuste ou adequação. “A premissa da aviação é a segurança. Tudo deve ser duplamente validado e regulamentado. O novo combustível terá apenas uma origem diferente, renovável, mas na prática será o mesmo composto químico que o Querosene, queimando do mesmo jeito, com as mesmas propriedades e segurança”, apontou Peralta.

Por isso o novo combustível para aviação não será um etanol ou um tipo de biodiesel. O que o agronegócio vai plantar, colher e fornecer para a aviação é o Carbono. Essa base de qualquer combustível poderá vir dos óleos vegetais, da gordura animal ou da madeira. Para virar combustível de avião, esse Carbono produzido pelo agro precisa ser “aditivado” com hidrogênio, que pode ser extraído do ar, em usina fotovoltáicas. São duas partes do gás para uma parte de carbono. Feita a reação, o líquido está pronto para abastecer um Airbus… mas também um Boeing ou um Embraer. “O SAF (Sustainable Aviation Fuel), como é chamado o combustível sustentável para aviação, tem a mesma composição do querosene, mas vem de uma fonte renovável”, resume Peralta.

O presidente da Airbus apresentou 11 projetos que já estão em andamento para o desenvolvimento de combustíveis renováveis para a aviação. As iniciativas tem diferentes players, desde a estatal Petrobras, até investidores privados, como Acelen, Be8, Brasil Biofuels e Geobioges. Cada um destes tem trabalhado com uma matéria prima diferente. “Acredito que em breve esses projetos irão ganhar escala e proporção industrial, substituindo o combustível para aviação. O Brasil tem a oportunidade de liderar esse processo, produzindo mais de 50 bilhões de litros de combustível para o mundo. Vejo Mato Grosso e, nesse caso Sinop, com um papel fundamental, em razão do que tem feito o agronegócio”, avaliou Peralta.

O consumo atual de querosene de aviação é estimado em 390 bilhões de litros anuais e a produção de SAF é de apenas 14 milhões de litros.

Fonte: Mato Grosso

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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