A Conferência Episcopal portuguesa vai se reunir, nesta sexta-feira (3), para analisar o relatório da comissão que investigou os abusos sexuais na Igreja Católica.
Antes desse encontro, os bispos receberam carta assinada por centenas de católicos com um conjunto de sugestões e exigências.
Os católicos pedem uma ação concreta aos bispos portugueses. A informação é do jornal online Sete Margens – dedicado a questões religiosas.
Justiça
O Ministério Público (MP) português abriu 15 inquéritos, após 25 denúncias anônimas enviadas pela Comissão Independente que estudou os abusos sexuais na Igreja Católica, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A partir desses registros, o MP abriu 15 inquéritos, alguns com mais do que uma denúncia.
Segundo a PGR, dos inquéritos instaurados, seis encontram-se em investigação e nove foram arquivados, sendo os arquivamentos justificados por prescrição; objeto de julgamento e condenação; falta de provas; não ter sido possível apurar a identidade dos ofendidos, nem dos autores dos fatos; por ser desconhecida a identidade da vítima e não ter sido possível recolhimento de prova; por morte de denunciado; e por não terem sido apurados indícios suficientes de prática ou verificação de crime.
De acordo com a Procuradoria, o MP recebeu quatro denúncias da Comissão de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa, que deram origem a sete inquéritos.
“A comissão entregou à PGR quatro denúncias – três num primeiro momento, uma delas envolvendo vários nomes, e a quarta, mais recentemente – relativas a eventuais abusos sexuais de crianças por parte de membros da Igreja e de outras pessoas a ela ligadas. As denúncias foram remetidas às estruturas do Ministério Público, onde foram instaurados sete inquéritos”, explicou a Procuradoria. Desses, dois estão em fase de investigação e cinco foram arquivados.
No total, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados. Segundo o relatório final da comissão, pelo menos 4.815 pessoas foram vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja nos últimos 72 anos.