A população de Cuiabá passou a contar com atendimento mais digno e os servidores com ambientes de trabalho adequados durante a intervenção estadual na Saúde de Cuiabá. Foram entregues a nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Jardim Leblon, a reforma completa de seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a transferência de três unidades que funcionavam em prédios precários e insalubres para locais com melhores estruturas.
Obra foi inaugurada em julho de 2023 pelo Governo do Estado – Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
A UPA foi entregue com estrutura moderna e equipada, após o Governo do Estado ter retomado a obra que estava paralisada há sete anos, durante a gestão municipal. Com 6,5 mil metros quadrados, a unidade possui aparelho de raio-X, box de emergência com seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atendimento de casos graves e 16 leitos de observação. USF do Bairro Despraiado está entre as obras entregues pela equipe de Intervenção – Foto: Secom-MT
Durante a intervenção foram 100% reformadas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Despraiado, Novo Mato Grosso, São Gonçalo, Campo Velho, Jardim Vitória I e Jardim Imperial. A unidade do São Gonçalo estava com obra parada há três anos e a do Jardim Imperial por mais de 10 anos. As outras quatro apresentavam infiltrações, danos nos telhados, forros caindo, mofo, equipamentos faltando ou danificados, entre outros problemas.
Todas tiveram as redes elétrica e hidrossanitária refeitas ou passaram por manutenção e tiveram as portas trocadas, paredes pintadas, forros novos colocados, e piso refeito. Também foram entregues com equipamentos novos e mais modernos e algumas, com novos serviços de odontologia, como foi o caso da unidade do Campo Velho. USF do Jardim Imperdial foi inaugurada com equipes completas de profissionais – Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Já a USF Jardim Imperial foi inaugurada com equipes completas, compostas por médico, odontólogo, enfermeiro e técnicos de enfermagem e odontológicos, e atendimento das 7h às 19h, sem pausa para almoço, sala de vacina aberta durante todo o expediente, e farmacêutico, o que possibilita que a unidade dispense medicamentos cujas receitas precisem ficar retidas. CEM foi transferido de prédio insalubre para espaço com estrutura para atender pacientes de forma adequada – Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Além das reformas, durante a intervenção, três unidades mudaram de endereço para prédios com melhores estruturas, como é o caso do Centro de Especialidades Médicas (CEM).
A unidade especializada deixou de funcionar em um prédio antigo, com condições insalubres, sem acessibilidade, e ganhou um novo espaço amplo, moderno, climatizado e com acessibilidade, no bairro Bandeirantes, em dezembro do ano passado.
Com isso, o CEM passou a ter 36 consultórios, laboratório e farmácia, com a oferta de mais de 20 especialidades médicas, além de planejamento familiar, ambulatório de saúde mental, colposcopia, pequenas cirurgias, psicologia, nutrição e serviço social. O espaço é amplo, climatizado, e com acessibilidade. Recepção do novo prédio do SAE – Foto: Secom-MT
Outra unidade que mudou de prédio foi o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que funcionava em um local no Bairro Grande Terceiro, sem condições de trabalho e de atendimento, e foi transferido para um imóvel moderno e totalmente preparado para receber os pacientes, no Bairro Lixeira.
O SAE, unidade especializada em atendimentos a pacientes diagnosticados com HIV/Aids, Hepatites Virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Entre problemas encontrados no prédio antigo estavam a falta de equipamento, móveis inadequados, paredes com infiltração ou com mofo.
O novo prédio da unidade possui seis consultórios médicos, sendo um adaptado para receber pessoas com deficiência, dois consultórios de enfermagem, laboratório, farmácia, um consultório para atendimento psicológico e um para acompanhamento do serviço social.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.