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Economia

Pontos de desenvolvimento do Brasil estão na Constituição, diz Barroso

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Os principais tópicos da agenda para o desenvolvimento do Brasil estão na Constituição de 1988. A afirmação é do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso.

Ele destacou os pontos: combate à pobreza, necessidade da retomada do crescimento, prioridade máxima para a educação básica, valorização da iniciativa privada, investimento em ciência e tecnologia, saneamento básico e liderança ambiental por parte do Brasil.

Ao participar, nesta segunda-feira (30), da abertura do Fórum BNDES de Direito e Desenvolvimento, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio de Janeiro, ele disse que “a Constituição brasileira oferece uma clara e inequívoca agenda para o Brasil. Uma agenda com um conjunto de denominadores comuns, que, numa sociedade polarizada e em busca de um meio de pacificação e interlocução, pode congregar liberais, progressistas e conservadores. Não é a minha agenda, não é a agenda do Supremo, é a agenda da Constituição de 1988, que completa este ano 35 anos” afirmou.

Segundo Barroso, o ponto prioritário da agenda de desenvolvimento deve ser o combate à pobreza no Brasil, um país onde 29% da população vivem em insegurança alimentar. “Nós estamos falando de cerca de 60 milhões de pessoas e a mim parece que este deve ser o objetivo número um de um país com as circunstâncias e pujança do Brasil: não deixar ninguém passando fome”, frisou.

Sobre a retomada do crescimento do país ou do desenvolvimento econômico, porque sem ele não há o que distribuir, ele garantiu que “aqui há um ponto digno de reflexão. Entre 1900 e 1980, o Brasil foi um dos países que mais cresceram no mundo a uma taxa média de 5,5%. Nas últimas duas décadas, o Brasil vem crescendo aquém das necessidades em uma taxa média de 2,2% e, portanto, esse é um ponto fundamental. Nós precisamos focar e retomar o crescimento econômico e o investimento e voltar a ter índices de crescimento que permitam a distribuição justa de riqueza.”

Educação deficiente

O presidente do STF afirmou, a seguir, que a deficiência na educação atrasou o país na história. “A deficiência na educação faz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e elites menos preparadas para enfrentar os grandes problemas brasileiros e, mais do que isso, os grandes problemas da educação já estão mapeados e sabemos quais são: a não alfabetização da criança na idade certa, evasão escolar no ensino médio, o déficit de aprendizado em que a criança termina o [ensino] fundamental e o médio e não aprendeu o mínimo necessário e a baixa atratividade das cadeiras do magistério”, indicou.

Para o magistrado, a valorização da iniciativa privada deve estar ao lado da valorização do trabalho. “Precisamos superar o preconceito que ainda existe no Brasil em relação à iniciativa privada, ao sucesso empresarial. Em relação ao lucro, o imaginário social brasileiro ainda associa o sucesso empresarial a obras públicas com licitações duvidosas, concessões por favorecimento, golpes do mercado financeiro e latifúndios improdutivos. Isso pode ter sido verdadeiro no tempo em que todas as riquezas eram injustas, porém, hoje em dia há gente que investe e inova”, sustentou.

Ciência e tecnologia

No investimento em ciência e tecnologia, o ministro lembrou que atualmente se vive no período da terceira revolução industrial, que é a trazida pela substituição da tecnologia analógica pela digital.

“Essa é a economia do conhecimento, dos dados, da propriedade intelectual”, destacou, acrescentando que há 20 anos as empresas mais valiosas do mundo eram as que exploravam petróleo, as que produziam automóveis e fabricavam grandes equipamentos como a General Electric.

“Atualmente, são as empresas de tecnologia digital. Se não investirmos em ciência e tecnologia vamos ficar para trás. A riqueza hoje não está mais nos bens físicos, mas nos bens de inovação e nos bens de natureza imaterial”, avaliou.

Saneamento

Segundo o presidente do STF, a agenda com base na Constituição inclui, também, o saneamento básico que é a principal política pública preventiva de saúde em um país como o Brasil.

“De novo aqui tem que superar preconceitos contra a iniciativa privada. Temos que buscar dinheiro onde tem para acabar com os indicadores muito ruins que temos em saneamento básico, onde mais de 50% dos domicílios não têm esgotamento sanitário e mais de 50% do esgoto são jogados a céu aberto”, frisou, acrescentando que o saneamento tem que estar ao lado de projetos de habitação popular. “Precisamos desfavelizar o país e dar condições dignas de moradia como exige a Constituição”, defendeu.

Liderança ambiental

Em seu pronunciando, Barroso sustentou que o Brasil precisa assumir o papel global de liderança ambiental. Para ele, o país tem todo potencial para isso. Acrescentou que o Brasil tem energias limpas como a elétrica, as renováveis eólica, solar e biomassa e o principal armazenador de carbono do mundo que é a floresta Amazônia.

“É um equívoco achar que há dualidade ou antagonismo entre proteção ambiental e agronegócio. Eles se complementam, um depende do outro. Essa é uma dualidade equivocada que se criou no Brasil para nos dividir”, argumentou.

Ele disse, ainda, que o desenvolvimento sustentável significa atender às necessidades da geração presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. “Desenvolvimento sustentável está ligado sobretudo à preservação ambiental e à justiça intergeracional”, preconizou.

Segurança jurídica

No mesmo fórum, o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, afirmou que a demanda por segurança jurídica e por paz e segurança alimentar, com a crise climática estão cada vez mais presentes no cenário internacional e o Brasil pode ser um grande elemento de paz.

“Só tem 15 países que têm relações com todos demais na Organização das Nações Unidas. O Brasil é um deles e é um país que há 150 anos não tem conflitos com nenhum dos vizinhos. Podemos ser uma fonte de paz nesse momento em que o presidente Lula e o governo presidem, inclusive, o Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] em guerras, conflitos, instabilidade e violência. O Brasil tem de continuar com uma busca permanente de soluções diplomáticas e de paz. Isso significa também segurança jurídica”, frisou.

A meta principal do banco ao realizar o Fórum BNDES de Direito e Desenvolvimento é promover o debate público sobre o papel das instituições jurídicas para garantir o objetivo constitucional do desenvolvimento.

Ainda na abertura do encontro, os presidentes do STF e do BNDES assinaram um acordo para a primeira pesquisa jurídica – apoiada pelo Fundo de Estruturação de Projetos do banco – a ser realizada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também na cerimônia, houve uma homenagem ao ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski.

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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