Nesta segunda-feira (11), Donald Tusk foi eleito pelo Parlamento polonês como primeiro-ministro do país. O premiê eleito chega com uma política pró-União Europeia, e indo na contramão dos ideais defendidos pelo último governo, que era conservador e nacionalista.
A maioria dos representantes da coalizão de Tusk rejeito na manhã desta segunda-feira a eleição do governo liderado pelo partido Lei e Justiça (direita radical). A Câmara Baixa tem sido favorável à Tusk desde as eleições em outubro.
Ao todo, foram 248 votos a favor do governo de Tusk. 201 deputados votaram contra o premiê eleito.
A aliança pró-UE de Tusk conseguiu fazer com que a Câmara Baixa do Parlamento rejeitasse um novo governo dos populistas nacionalistas, que estão no poder desde 2015.
Tusk, que é ex-chefe do Conselho Europeu, agradeceu aos poloneses pela confiança posta sobre ele durante essas eleições, que se estendem desde o dia 15 de outubro. “Este é um grande dia para todos que, durante muitos anos, acreditaram que as coisas iriam melhorar, que iríamos afastar a escuridão, o mal”, disse em seu discurso.
“A partir de amanhã seremos capazes de corrigir os erros, para que todos se sintam em casa na Polônia”, continua.
Em resposta, o adversário político e líder do partido populista Lei e Justiça (PiS), Jaroslaw Kaczynski, disse que Tusk é um “agente alemão”. Ele acusa ainda acusa a Coligação Cívica e o próprio premiê eleito de representarem os interesses alemães e russos. “A Polônia dos meus sonhos é aquela sem políticos que agirão a favor de Estados estrangeiros”, afirmou.
O populista também fez denúncias de “um mal-entendido social”, além de proclamar o ” fim da democracia” na Polônia. Kaczynski tentou formar um novo governo, mas fracassou na ocasião.
Já o atual primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, chegou a apresentar o discurso de política geral ao parlamento. Entretanto, acabou perdendo na contagem de votos de confiança, com 266 contra e 190 a favor.
Jogo político
Ainda que a coligação de forças pró-europeias tenha conseguido maioria nas eleições legislativas de 15 de outubro, Tusk conseguiu se eleger após o apoio do poder nacionalista cessante que o Presidente Andrzej Duda.
O governo acabou ficando composto pela Coligação Cívica (KO, centro), pela Terceira Via (Democrata-Cristão) e pela Esquerda. Nesse esquema, a coligação pró-europeia tem 248 deputados. Os representantes eleitos pelo PiS somam 194 deputados. Por fim, a Confederação (extrema-direita) possui 18 cadeiras, totalizando 460 assentos.
Na próxima terça-feira (12), Tusk terá que apresentar o discurso político e a formação do seu governo, além de submeter-se ao voto de confiança. Caso seja aprovado, prestará o juramento na próxima quarta-feira (13), completando assim o procedimento exigido pela Constituição, e encerrando formalmente os oito anos de poder nacionalista da Polônia.
Tusk em Bruxelas
Tusk diz querer já representar a Polônia na próxima cúpula europeia em Bruxelas, que acontece nesta quinta e sexta-feira. “Estou ansioso para trabalhar com vocês, começando com a importante cúpula europeia desta semana”, disse ele em resposta a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no Twitter/X.
Ursula respondeu: “A sua experiência e o forte compromisso com os nossos valores europeus serão valiosos para tornar a Europa mais forte”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.