A Polícia Militar de Mato Grosso apreendeu 3,9 toneladas de entorpecentes em todo o Estado e conduziu 5.454 pessoas à delegacia pelos crimes de tráfico, associação ao tráfico e uso ilícito de drogas, no primeiro semestre de 2024.
No mesmo período, ainda foram registrados 3,1 mil boletins de ocorrências relacionadas ao tráfico de entorpecentes, em apreensões realizadas em ações da PM e em parceria com outras forças de segurança estaduais e federais.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (08.07), pela Superintendência de Planejamento Operacional e Estatística da PMMT.
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, destacou que os números de apreensões de drogas fazem parte da responsabilidade e compromisso da Polícia Militar e de todo o Estado, no combate ao crime organizado e retirada da circulação de drogas no Estado.
“Esses números são fruto de um grande trabalho realizado diariamente pelos nossos policiais que estão presentes em todos os municípios do Estado. O trabalho ostensivo da Polícia Militar está no patrulhamento e na apuração de denúncias que recebemos. Todas essas apreensões de drogas foram em situações de flagrante, na maioria das vezes com a condução dos criminosos responsáveis por essa prática delituosa”, avaliou o comandante-geral.
Em janeiro deste ano, equipes da Força Tática e do Batalhão de Operações Especiais apreenderam 168 quilos de drogas, em Cuiabá. Na ação, um homem foi interceptado transportando drogas em um veículo e revelou o esconderijo onde guardava o restante dos entorpecentes, na região do Contorno Leste. O suspeito foi preso em flagrante.
No mês de fevereiro, duas ações receberam destaque. Em Sorriso, dois homens foram presos pela Força Tática transportando 104 tabletes de maconha e cocaína, na BR-163. Já em Barra do Garças, ação conjunta entre a PM e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resultou na apreensão de 215 quilos de maconha e cocaína e na prisão de outro homem.
Em março, ações da PM na fronteira do Estado tiraram de circulação quase uma tonelada de cocaína. Em Sapezal, com apoio do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), a Força Tática flagrou criminosos desembarcando drogas de um avião e fazendo a distribuição em veículos.
No local, foram apreendidos 460 quilos de cocaína e a aeronave utilizada pela quadrilha. Dois homens morreram em confronto com as equipes policiais e o piloto da aeronave foi preso.
Em Vila Bela da Santíssima Trindade, a equipe da 3ª Cia de PM recebeu informações sobre uma queda de avião e constataram no local a presença de grande quantidade de cocaína, sendo apreendidos 465 tabletes da droga.
No norte do Estado, no mês de abril, um homem foi preso com 300 quilos de maconha e pasta base de cocaína, em Confresa. Os entorpecentes foram localizados em compartimentos ocultos de um caminhão-baú e as drogas seriam transportadas para o Maranhão.
Recentemente, no mês de junho, a Polícia Militar realizou a apreensão de mais 336 tabletes de maconha, na MT-020, em Paranatinga. As drogas estavam espalhadas em dois veículos que transitavam juntos pela rodovia. Três pessoas foram presas em flagrante na ação policial.
“Estamos cada vez mais preparados com as condições de equipamentos, armamentos e recursos tecnológicos para continuarmos coibindo o tráfico de drogas e todas as modalidades de crimes, em nosso Estado, e trazer cada vez mais segurança para os nossos cidadãos de bem”, completa o coronel Mendes.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.