Diretores e delegados Regionais de todo estado se reuniram na tarde de segunda-feira (23.05), na Associação dos Delegados (Amdepol) para dar início à elaboração do planejamento estratégico da Polícia Civil para os próximos 10 anos. O evento integra as festividades dos 181 anos da Polícia Civil e é um chamamento para que todos os Regionais e servidores participem da construção do plano para o futuro da instituição.
Na abertura da reunião gerencial, a delegada-geral, Daniela Silveira Maidel, lembrou do último planejamento estratégico da Polícia Civil, o PJC+10 lançado em 2013, na gestão do então delegado-geral, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, com medidas e ações estratégicas previstas para 10 anos e que foi concluído em dezembro de 2022.
“O planejamento estratégico é o que nós queremos para o futuro, o que queremos para a Polícia Civil daqui a 10 anos, o que queremos evoluir e onde vamos chegar. É impressionante quando uma instituição planeja e documenta suas ações e hoje por meio do relatório do PJC+10 conseguimos visualizar como a Polícia Civil estava em 2013 e como está em 2023. Agora chegou o momento de novamente reunirmos os servidores para planejarmos as melhores ações para o futuro institucional”, disse Maidel.
Para elaboração do plano estratégico, a Polícia Judiciária Civil vem levantando demandas e realizou uma pesquisa com o público interno para subsidiar tomadas de medidas durante os dois dias de planejamento dos objetivos estratégicos da instituição.
A analista de desenvolvimento econômico e social, responsável pelo Núcleo de Ações Estratégicas (NAE), Leuza Maria Batista Menezes, que está à frente da elaboração do novo planejamento estratégico da Polícia Civil, destacou que já foi definido que, assim como o PJC+10, o plano em construção também terá o prazo de 10 anos.
“Precisamos construir as ferramentas que serão utilizadas nas ações dos próximos anos. O planejamento estratégico tem fases específicas, a primeira delas é o diagnóstico, que define a Polícia que somos hoje – que envolve a situação da Polícia atual, pontos fortes, pontos fracos, e o que precisamos melhorar, considerando o horizonte de 10 anos concretização dessas ações”, disse.
Leuza destacou ainda que a pesquisa busca levantar as principais necessidades em torno das delegacias, uma vez que cada regional tem uma realidade, além das especificidades de cada unidade. “Neste primeiro momento, vamos fazer esse mapeamento para conhecer melhor a realidade de todos os locais. Hoje nós temos bastante informações quanto às condições de cada delegacia, mas o foco agora é ouvir a necessidade dos servidores, uma vez que a proposta da Diretoria é que todos os policiais participem desse planejamento”, destacou a responsável pelo NAE.
Plano de integridade
Durante o encontro, o corregedor-geral, Jesset Arilson Munhoz, também destacou a necessidade de criação de um plano de integridade pública para a Polícia Civil de Mato Grosso. A proposta da Corregedoria busca definir normas e diretrizes institucionais para apoiar, controlar e fazer cumprir a integridade pública, possibilitando dessa forma, a melhor utilização dos recursos públicos e uma prestação de serviço mais eficiente à população.
“Hoje as instituições públicas e privadas possuem seu próprio plano de integridade e é muito importante que a Polícia Civil de Mato Grosso seja pioneira na implantação do programa, uma vez que a integridade está diretamente ligada à confiança da sociedade na instituição. É necessário que cada policial saiba da sua responsabilidade na formação de uma instituição pública íntegra, forte, confiável, de credibilidade” destacou o corregedor.
Diligências preliminares para apurar suposta adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço, no município de Barão de Melgaço, indicam a existência de uma organização criminosa constituída para saquear os cofres públicos em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.
Segundo o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Polícia Judiciária Civil, as investigações realizadas até o momento demonstram que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais.
Conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais. Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.
A investigação revelou ainda que o sócio oculto das empresas investigadas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.
A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.