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MATO GROSSO

Polícia Civil cumpre mandados contra associação criminosa investigada por sequestro e extorsão em Sorriso

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A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta quinta-feira (23.02), em Sorriso, a Operação Saga de Gêmeos para cumprir 10 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, além da quebra de sigilos temáticos contra um grupo liderado por um preso que ordenava de dentro da unidade prisional sequestros para extorquir vítimas. São cumpridos cinco mandados de prisão e cinco de buscas nas cidades de Sorriso, Cuiabá, Várzea Grande e Lucas do Rio Verde.

A investigação conduzida pela Delegacia da Polícia Civil de Sorriso teve início a partir de um crime ocorrido no final do mês de janeiro deste ano, quando um morador de Tangará da Serra foi vítima de extorsão após ter sido sequestrado.

O cumprimento dos mandados contou com apoio de equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia de Lucas do Rio Verde, além da colaboração da Delegacia de Tangará da Serra na investigação. 

Sequestro e extorsão

A vítima informou que estava negociando, via rede social, a compra de um caminhão e agendou para se encontrar com o suposto vendedor próximo a uma loja de departamentos, em Sorriso. Ao chegar no local, a vítima aguardou por alguns instantes e foi surpreendida por três suspeitos armados, que a obrigaram a entrar em seu veículo dizendo que não tinha nenhum caminhão à venda e se tratava de um roubo.

Encapuzados, os criminosos mandaram familiares da vítima fazer transferências de valores, via Pix, para algumas contas. Para pressioná-la, os criminosos circularam pela cidade com a arma apontando em direção à cabeça da vítima. Em uma rua de movimento de Sorriso, a vítima pulou do veículo em movimento e foi atropelada por uma motocicleta, quando então ligou e pediu ajuda à polícia.

A partir da investigação, a equipe da Delegacia de Sorriso identificou uma das contas que receberam os valores de uma mulher, moradora de Lucas do Rio Verde, que foi presa em flagrante no dia do crime. Em interrogatório, ela confessou a participação no recebimento dos valores extorquidos e disse que havia o envolvimento de outras duas pessoas. A suspeita disse ainda que a pessoa que pediu a conta ‘emprestada’ lhe prometeu R$ 400,00 em troca de receber em sua conta bancária os valores de R$ 12 mil, em duas transferências.

Anterior a essa extorsão, a Polícia Civil identificou outro crime semelhante, em conversas mantidas entre os investigados, o que caracteriza a permanência da associação criminosa criada para praticar os delitos.

Associação criminosa

A investigação chegou ao mandante dos crimes, natural de Sorriso, que gerenciava as atividades criminosas de dentro de uma unidade prisional na região metropolitana da Capital, e outros oito integrantes da quadrilha.

Os policiais civis identificaram ainda que, após a execução das extorsões, os chips de telefonia móvel eram destruídos e novos adquiridos a fim de se executar um novo crime semelhante. Outros integrantes do grupo criminoso foram identificados ao longo da apuração, inclusive os que executaram o sequestro da vítima, que foi ameaçada de morte pelos investigados.

Um dos integrantes da associação criminosa e responsável por atrair vítimas para concretizar as transações comerciais inexistentes, a fim de que os outros comparsas executassem o sequestro e a extorsão, foi preso no interior do Paraná, no início deste mês. Ele estava com dois mandados de prisão decretados em condenação de 36 anos pelos crimes de roubo e tráfico de drogas e foi localizado pela Delegacia de Sorriso na cidade de Santa Cruz de Monte Castelo.

As ordens vinham do criminoso, que de dentro da prisão passava as orientações para o criminoso que foi preso no Paraná. Ele atraía as vítimas que eram sequestradas por outros integrantes do grupo. Uma mulher, companheira de um dos executores dos sequestros, era a responsável por gerenciar as associadas que recebiam os valores ilícitos captados pela associação criminosa para aliciar outras duas suspeitas que emprestavam as contas para receber os valores extorquidos das vítimas.

“As contas dos investigados não eram usadas para recebimento direto dos valores do resgate, mas sim para pulverização do dinheiro após o recebimento”, explicaram os responsáveis pela investigação.

A Delegacia de Sorriso busca identificar outras vítimas da associação criminosa.

Fonte: GOV MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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