A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Academia de Polícia (Acadepol), finalizou na última sexta-feira (05.07), a 15º edição do curso de Habilitação Básica de Pilotos de Sistema de Aeronaves não Tripuladas – Classe 3.
Ao todo já somam 320 profissionais capacitados para pilotar Drones, sendo 307 polícias civis, quatro militares do Corpo de Bombeiro, dois militares do Exército Brasileiro, dois militares do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), dois policiais penais, dois policiais judiciais do Tribunal Regional do Trabalho e um militar da Força Aérea Brasileira.
Durante as aulas os instrutores abordaram sobre a legalidade das provas obtidas com o uso do drone nas investigações, trazendo na prática além do acesso ao Sistema do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para a solicitação de voo, diversos exercícios para capacitar os policiais para o uso em diligências ordinárias.
Das quinze turmas do curso de qualificação, três delas foram ministradas em Cuiabá atendendo os servidores lotados nas Delegacias Regionais de Cuiabá e Várzea Grande.
As outras doze capacitações foram realizadas em Água Boa, Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Confresa, Guarantã do Norte, Juína, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Rondonópolis, Sinop e Tangará da Serra.
Nesses municípios, além do curso de habilitação, foram entregues 97 equipamentos de Drones, os quais foram adquiridos através de um convênio com o Ministério da Justiça, no valor de R$ 860 mil.
Diligências preliminares para apurar suposta adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço, no município de Barão de Melgaço, indicam a existência de uma organização criminosa constituída para saquear os cofres públicos em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.
Segundo o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Polícia Judiciária Civil, as investigações realizadas até o momento demonstram que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais.
Conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais. Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.
A investigação revelou ainda que o sócio oculto das empresas investigadas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.
A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.