Uma pesquisa conduzida pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal ( Sinpol-DF ) revelou, nesta segunda-feira (17), que 93% dos policiais civis estão insatisfeitos com a atual conjuntura salarial, considerando-a abaixo das expectativas.
Com um total de 700 participantes, os entrevistados apontaram que a remuneração não está adequada às demandas e responsabilidades impostas pela profissão, agravando ainda mais a sensação de desvalorização.
Os dados também indicaram uma tendência preocupante de mudança na carreira entre os policiais civis: 48,6% dos profissionais planejam mudar de profissão antes da aposentadoria e afirmam que estão se preparando para prestar concursos em outros segmentos do serviço público, buscando oportunidades mais atrativas em termos de carreira e remuneração.
A pesquisa revelou ainda que 84% dos policiais civis consideram frequentemente a possibilidade de mudar de profissão, citando principalmente os salários defasados, a sobrecarga de trabalho e a busca por melhor qualidade de vida como principais motivos para essa decisão.
O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas , reconheceu ter profunda preocupação com a atual situação na PCDF. O sindicalista ressaltou que essa situação se agravou após 2016, quando a categoria perdeu a simetria salarial com as carreiras da Polícia Federal (PF) e não recebeu reajuste naquele ano. Somente em 2023 houve um reajuste parcial para a PCDF, que ainda não alcançou a simetria.
“A categoria tem liderado uma luta incansável para restabelecer a simetria salarial com os federais, que foi perdida em 2016. Até aquele ano, policiais civis e federais caminhavam juntos. Em 1994, os colegas federais protagonizaram uma greve para conquistar a paridade com a PCDF. Agora, requeremos o mesmo tratamento, alinhado com um compromisso histórico para garantir a dignidade desses profissionais”, afirmou.
Enoque ressaltou que em razão dessa “debandada desenfreada”, a corporação enfrenta um déficit alarmante de pessoal, o que compromete severamente a capacidade de investigação e resolução de crimes.
“O sentimento de desvalorização salarial é um problema grave que afeta não apenas a vida dos policiais, mas também o serviço prestado pela PCDF. Hoje, a corporação opera com um quadro de pessoal abaixo do necessário. Se não houver investigadores suficientes, os crimes não serão devidamente investigados. Além disso, não basta recompor os quadros, é essencial garantir qualidade de vida aos policiais civis para evitar que busquem alternativas mais atrativas”, enfatiza Freitas.
De acordo com o Sinpol-DF, até 2023, a diferença média entre os salários dos policiais civis e federais era de 37%. Após o reajuste implementado em 2023, essa disparidade foi reduzida para 10%. No entanto, a PF tem garantido por lei, sancionada pelo presidente Lula (PT), um reajuste parcelado que começará em agosto de 2024 e se estenderá até 2026. Caso a PCDF não receba uma proposta semelhante, essa diferença poderá novamente aumentar para 37%.
“Em 2019, durante seu primeiro mandato, o governador Ibaneis Rocha enviou ao governo federal um pedido de reajuste para a PCDF, visando restabelecer a paridade salarial com os policiais federais. Infelizmente, não fomos atendidos, o que gerou grande insatisfação na categoria. É essencial que essa promessa seja concretizada para os policiais civis, e contamos com o apoio contínuo do governo”, ressalta o presidente do sindicato.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.