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Agronegócio

Perspectivas positivas para o algodão em 2024

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O Brasil está na rota para alcançar uma posição de destaque na produção global de algodão, ficando atrás apenas da China e da Índia. Projeções da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o país poderá colher entre 3,1 milhões e 3,37 milhões de toneladas de pluma de algodão. Se confirmadas, essas previsões representam um crescimento de 3% em relação à temporada anterior.

De acordo com as estimativas, o Brasil quase dobrará suas exportações, chegando a vender 2,5 milhões de toneladas ao mercado externo, ficando próximo do volume dos embarques dos EUA, projetado em 2,6 milhões de toneladas.

Todos os estados brasileiros com vocação agrícola estão ampliando sua área de cultivo da pluma. A área total de cultivo de algodão nesta safra, estimada em 1,7 milhão de hectares pela Conab, é a mais extensa dos últimos 22 anos.

Em Mato Grosso, principal produtor nacional, as lavouras de algodão devem ganhar mais espaço devido aos problemas nas plantações de soja, levando alguns produtores a substituir parte das plantações de soja pelo cultivo da pluma. A Conab projeta um aumento de 3% na área de plantio de algodão no estado, chegando a 1,2 milhão de hectares.

Embora Mato Grosso continue liderando o cultivo da fibra, com 70% da área plantada, outros estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, também estão ampliando sua aposta no algodão.

Na Bahia, parte dos produtores está optando pela rotação de culturas, especialmente após o crescimento da soja e do milho durante a pandemia. A introdução do algodão na primeira safra é uma estratégia adotada. Segundo Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), mesmo com uma pequena parte dos agricultores abandonando a soja na primeira safra para o plantio do algodão, a mudança é significativa.

Além disso, a disseminação de boas práticas agrícolas tem impulsionado o aumento do cultivo do algodão, oferecendo uma opção em relação ao milho ou à soja de primeira safra, preservando a fertilidade do solo a longo prazo.

Apesar da queda nos preços internacionais do algodão, os custos de produção também diminuíram, oferecendo um certo alívio aos agricultores. A expectativa é de uma queda de 19% nos custos totais de produção nesta safra em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A perspectiva para 2024 é de um cenário mais promissor. A demanda deve crescer organicamente, especialmente em economias em desenvolvimento, com destaque para a Ásia, um dos grandes consumidores do algodão brasileiro.

O Brasil está investindo em programas de certificação para conquistar novos mercados. Em 2023, exportou à China o primeiro lote dentro do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro, uma iniciativa conjunta da Abrapa e do Ministério da Agricultura.

Para quem planeja o plantio de algodão na safra 2023/2024, é importante realizar a semeadura no período adequado, pois o El Niño indica uma possível antecipação do término da temporada de chuvas em regiões produtoras. O plantio tardio pode prejudicar o desenvolvimento da cultura.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Falta de silos de armazenamento ameaça a superprodução de grãos

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A safra 2024/2025 deve alcançar um crescimento expressivo de 8% na produção de grãos, totalizando 322,5 milhões de toneladas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, o aumento da colheita intensifica um problema estrutural no agronegócio brasileiro: o déficit de armazenagem. Especialistas alertam para o risco de um colapso logístico no período pós-colheita, especialmente se as condições climáticas favorecerem a produtividade em todo o país.

O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos da Abimaq, Paulo Bertolini, destaca a necessidade de investimentos robustos para acompanhar o crescimento da produção. Ele calcula que seriam necessários R$ 15 bilhões anuais apenas para manter o ritmo do aumento de 10 milhões de toneladas por ano. “Esse valor é só para acompanhar o crescimento, não para eliminar o déficit, que já ultrapassa R$ 120 bilhões”, explica.

“No ano passado, o déficit total da capacidade de armazenagem brasileira era de 83 milhões. Esse ano, salta para 118 milhões. É comum e esse ano vai ser mais grave ainda. Se vê milho sendo armazenado a céu aberto, sujeito a ataques de insetos, sujeito a ataques de roedores e, inclusive, a chuvas”, diz Paulo Bertolini. Falta de silos de armazenamento ameaça a superprodução de grãos

A capacidade de armazenagem no Brasil teve um avanço de 5,4% nos primeiros seis meses de 2024, segundo o IBGE, chegando a 222,3 milhões de toneladas. Apesar disso, o crescimento ainda é insuficiente para atender à demanda. Atualmente, cinco produtos concentram 96,1% do total estocado, com destaque para soja (43,3 milhões de toneladas) e milho (32,7 milhões de toneladas). O número de estabelecimentos de armazenagem também cresceu 3,5%, totalizando 9.424 unidades.

Para tentar minimizar o déficit, o governo federal destinou R$ 7,8 bilhões ao Programa para a Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no Plano Safra 2024/2025, um aumento de 17,4% em relação ao ciclo anterior. Apesar de ser uma iniciativa elogiada pelo setor, os recursos ainda estão longe do ideal, segundo especialistas. Bertolini enfatiza que o crédito precisa priorizar a instalação de silos nas propriedades rurais, reduzindo a dependência de estruturas industriais.

Outro entrave apontado pelo especialista é a burocracia para a construção de armazéns. “Um trator de R$ 2 milhões exige apenas um aval para financiamento. Já para um silo, é necessário lidar com hipoteca, licença ambiental, licença prévia e licença de operação. Isso torna o processo extremamente complicado para o agricultor”, afirma.

O cenário atual exige atenção e planejamento estratégico. Sem investimentos adequados e a redução da burocracia, o agronegócio brasileiro corre o risco de enfrentar gargalos logísticos que podem comprometer a eficiência e a competitividade do setor.

Fonte: Pensar Agro

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