Popularmente conhecida como “pedra na vesícula”, a colelitíase é uma doença caracterizada pelo acúmulo de cálculos biliares (pedras) na vesícula biliar, órgão localizado abaixo do lado direito do fígado. Este, por sua vez, é responsável pelo armazenamento de bile, líquido utilizado na digestão de alimentos e gorduras que, em contato com outras substâncias, se solidifica.
A doença, geralmente, apresenta-se em pessoas acima de 50 anos e, quando não tratada, pode trazer complicações graves ao corpo. Por isso, o Dr. Ernesto Alarcon, médico cirurgião geral e especialista em videolaparoscopia, explica quais são as causas, os sintomas e como tratar o problema. Veja!
Causas da pedra na vesícula
Segundo o Dr. Ernesto Alarcon, um dos principais fatores responsáveis pela alteração na produção de bile é o colesterol . Porém, existem outros casos que também podem aumentar as chances de o paciente desenvolver o problema, como:
Doenças hematológicas (como anemia falciforme);
Dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos;
Obesidade;
Gestação;
Diabetes;
Pressão alta;
Predisposição genética;
Elevado nível de estrogênio;
Sedentarismo.
Sintomas da doença
Em alguns casos, a pedra na vesícula pode ser assintomática, o que, por vezes, afeta o tratamento0. Contudo, em outros, alguns sinais podem ser apresentados, e o paciente deve estar atento. “Nos casos sintomáticos, o principal sintoma é a cólica biliar (dor bastante intensa, na região do epigástrio ou quadrante superior direito do abdômen). Pode estar associado a vômitos, febre e até icterícia (coloração amarelada na pele), em casos mais intensos ou com complicações”, diz o médico cirurgião.
Diagnóstico
Após identificar alguns dos sintomas da doença, o mais indicado é buscar ajuda de um profissional para fazer os exames e obter um diagnóstico preciso. “O diagnóstico é suspeitado através do histórico clínico e confirmado através de exames de imagem, que pode ser o ultrassom (um dos mais comuns), ressonância ou tomografia de abdômen”, explica o Dr. Ernesto Alarcon.
Conforme afirma o Dr. o Ernesto Alarcon, após o diagnóstico, o recomendado é realizar o tratamento o quanto antes. Assim, o paciente evita complicações graves, a exemplo de:
Colecistite aguda ( inflamação aguda na vesícula biliar);
Pancreatite (inflamação no pâncreas);
Colestase (interrupção do fluxo dos canais biliares);
Íleo obstrutivo (obstrução intestinal por grande cálculo);
Sepse (infecção generalizada na corrente sanguínea);
Peritonite (infecção do tecido que reveste a parede interna do abdômen).
Tratamento
O tratamento deve ser indicado de acordo com o caso de cada paciente, pois, se a pedra for pequena, o profissional pode recomendar o uso de medicamentos para removê-la. Em contrapartida, pacientes com pedras maiores, geralmente, são submetidos à cirurgia.
“A cirurgia consiste na retirada da vesícula biliar e, atualmente, é feita preferencialmente pela via laparoscópica (cirurgia com a realização de 3 a 6 furinhos por onde entra uma microcâmera na região a ser operada). Mas também pode ser realizada através de técnica convencional ou robótica”, relata o médico cirurgião.
Casos em que a cirurgia é indicada
Segundo informações do Ministério da Saúde, a cirurgia, normalmente, tem recuperação rápida e apresenta baixo risco de complicação. O procedimento , conforme explica o Dr. Ernesto Alarcon, costuma ser indicado nos seguintes casos:
Pacientes sintomáticos;
Vesícula biliar em porcelana (com a parede vesicular calcificada);
Crianças pequenas com colelitíase (pela dificuldade em identificar a crise de dor);
Paraplégicos com lesão medular;
Diabéticos;
Pessoas assintomáticos que compartilham do risco cirúrgico a fim de evitar as complicações.
“Após a cirurgia, são recomendados repouso, restrição de esforço e dieta pobre em gorduras e condimentos no período inicial de pós-operatório. Geralmente, após os primeiros 15 dias nas cirurgias realizadas por laparoscopia, os pacientes retornam à vida normal, com restrição apenas para esforços físicos”, diz o especialista.
Formas de prevenção
Visando evitar o problema, o médico explica que é preciso investir em uma alimentação saudável, evitando o consumo de alimentos gordurosos e embutidos. Como exemplo do que precisa ser evitado, temos presunto, salsicha, mortadela, peixes gordurosos, oleaginosas e alimentos industrializados.
“A dica é sempre procurar consumir alimentos que sejam fontes de fibra , por exemplo, vegetais crus e frutas. Quanto mais a dieta for rica em fibras e com pouca gordura, mais a bile consegue manter o colesterol em sua forma líquida”, diz o Dr. Ernesto Alarcon, que também afirma que manter o peso adequado é essencial.
A febre amarela é causada pelo vírus transmitido pela picada de um mosquito silvestre. Foto: Arquivo
Por g1 Campinas e Região
O estado de São Paulo confirmou a primeira morte por febre amarela em 2024. A vítima era um homem de 50 anos que morava no bairro Jaboticabal, em Águas de Lindóia (SP), e se deslocava pela região de Monte Sião (MG).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o paciente manifestou os primeiros sintomas no dia 23 de março e morreu seis dias depois no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), onde permaneceu internado.
A hipótese de dengue ou outras arboviroses urbanas foi descartada, assim como as possibilidades de febre maculosa e hantavirose. A suspeita de febre amarela foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz no dia 13 de abril.
Ainda segundo a Prefeitura, o paciente trabalhava no Sul de Minas e trabalhava na cidade mineira, por isso, a suspeita é de que o caso tenha sido importado. A pasta destacou que a cidade não tem nenhum outro caso identificado até então.
Com a confirmação, a Secretaria de Estado da Saúde informou que vai intensificar as ações de vigilância em saúde e vacinação na região de Águas de Lindóia, “reforçando a importância da vacinação e conscientização sobre a imunização de rotina, não apenas em momento epidêmico ou pandêmico para evitar casos mais graves”.
A vacina contra Febre Amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do estado. Até o último dia 22 de abril, em todo o território estadual, a cobertura vacinal contra Febre Amarela é de 68,47%.
Para Regiane de Paula, coordenadora da Vigilância em Saúde, a vacina é imprescindível para quem irá viajar para o interior e outros estados. “A vacina da Febre Amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, quem for viajar para zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”.
O que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti.
Os sintomas iniciais da febre amarela são:
febre
calafrios
dor de cabeça intensa
dores nas costas
dores no corpo em geral
náuseas e vômitos
fadiga e fraqueza
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver sintomas como:
febre alta
icterícia
hemorragia
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Tratamento
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
Vacinação
A vacina é a principal ferramenta de prevenção da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o imunizante para toda população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ela é administrada via subcutânea, está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos que são vacinados pela primeira vez. A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina em todos municípios do país.
No entanto, o imunizante é contraindicado para os seguintes grupos:
Crianças menores de 9 meses de idade;
Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;
Pessoas com alergia grave ao ovo;
Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350;
Pessoas em de tratamento com quimioterapia/radioterapia;
Pessoas portadoras de doenças autoimunes;
Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).