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MATO GROSSO

Paz em Casa: Judiciário promove evento em homenagem a mulheres quilombolas no interior do Estado

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Mais de 400 mulheres, em sua maioria, quilombolas da Comunidade de Mata Cavalo, participaram nessa quarta-feira (08 de março), das atividades em homenagem do Dia Internacional da Mulher, promovidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e a Sala da Mulher da Câmara Municipal de Nossa Senhora do Livramento.
 
As atividades foram realizadas no auditório da Câmara Municipal, e fizeram parte da agenda de ações promovidas em defesa da mulher e para o enfrentamento da violência doméstica, intensificadas durante a 23ª Semana da Justiça pela Paz em Casa.
 
Para a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher), o momento é de reflexão, e da promoção do diálogo.
 
“Apesar do avanço conquistado pelas mulheres nos últimos anos, ainda há um longo caminho de enfrentamento para o fim da violência, e do preconceito sobre mulheres em posições de liderança e representatividade. Precisamos refletir, por que Mato Grosso, um dos principais estados produtores do Brasil, e dono de uma economia pujante, traz consigo altos índices de feminicídio? Não estamos aqui para competir com os homens. Precisamos chamar os homens à reflexão: o que eles têm contra as mulheres? Será que eles se esqueceram de quem foram suas mães? Somente com o diálogo podemos reverter esse quadro”, defendeu.
 
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o ano de 2022 foi marcado pelo crescimento dos mais diversos tipos de violência contra a mulher. A lista inclui desde vítimas de xingamentos e ameaças, até casos mais graves, como esfaqueamento e tiro.
 
A violência é maior entre mulheres pretas (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%).
 
Para a presidente da Sala da Mulher da Câmara de Nossa Senhora do Livramento, vereadora Oneide Maria da Silva, a participação ativa do Poder Judiciário, representado pela Cemulher-MT, tem garantido ao município, respaldo em ações de apoio, incentivo e defesa da mulher. “Pela primeira vez na historia de Livramento, temos uma mesa diretora formada por uma presidente, uma primeira-secretária e a criação da Sala da Mulher. Avanços significativos que permitem à mulher trabalhar sua autoestima, e ressignificar valores”.
 
Para trabalhar a autovalorização da mulher, a assessora da Cemulher, Ana Emília Brasil Sotero conduziu a palestra “Autoestima e Motivação”. A palestra traz à tona, reflexões sobre o estado emocional do ser humano, e reforça a importância do exercício diário para o fortalecimento da autoestima, e o combate a gatilhos emocionais.
 
A autovalorização é a capacidade do individuo de reconhecer aspectos positivos e negativos de sua personalidade, e estimular seus pontos fortes. Diante disso, mulheres que se valorizam, se tornam mais resistentes às negatividades do dia a dia.
 
Quilombo – Viúva e mãe de três filhos, Maria Josefina dos Santos, 32 anos, é moradora da Comunidade de Mata Cavalo (a 18 km de Nossa Senhora do Livramento), e encontrou no empreendedorismo, a oportunidade para continuar. Com tino para o comércio, ela se tornou proprietária de um estabelecimento simples, dentro da comunidade. Lá, são vendidos produtos confeccionados a base de fibras naturais, como o buriti, o babaçu e a cabaça, além de derivados da banana, como a farinha e o chips. Oficinas de turbante e trança nagô, realizadas pela comerciante, também complementam a renda e colaboram para a autoestima das mulheres.
 
 
“A violência infelizmente tem crescido em todo lugar, e atinge mais duramente, os pobres e os mais vulneráveis. Vulneráveis por falta de estudo, por desconhecerem seus direitos, por falta de amparo, e as circunstâncias da violência são as mais diversas, desde violência doméstica, drogas e até violência sexual. A disposição do Tribunal de Justiça, em vir até o nosso município, oferecer orientação e mostrar que as mulheres não estão sozinhas, pode significar o princípio de uma mudança. Nós já percebemos, por circunstâncias vividas dentro da comunidade, que apenas com a união, nós vamos conseguir fazer frente a violência”, concluiu.
 
Símbolo da resistência negra, o Quilombo de Mata Cavalo possui 418 famílias que ainda hoje, sobrevivem da agricultura de subsistência.
 
O evento também contou com a presença da juíza aposentada Graciema Caravellas, e a parceria da Prefeitura Municipal e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Várzea Grande (OAB-VG).
 
#ParaTodosVerem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual.
Descrição das imagens: Foto1 – Mulheres quilombolas sentadas durante evento em auditório lotado.
Foto 2: Desembargadora Maria Aparecida durante evento em Nossa Senhora do Livramento. Ela está atrás do púlpito e fala ao microfone. Ao lado, sentadas, estão as organizadoras do evento.
Foto 3 – Maria Josefina durante entrevista. Imagem em plano fechado. Ela usa camiseta branca, turbante rosa e laranjado e tem tranças longas na cor azul.
 
Naiara Martins
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br

Fonte: Tribunal de Justiça de MT

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MATO GROSSO

Quebrando o silêncio e encorajando: “Se precisar, peça ajuda”

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Falar sobre saúde mental é algo desafiador nos tempos que vivemos, mas precisamos quebrar o silêncio e abordar esse assunto. Quantas pessoas estão, neste momento, passando por agonia, sem saber por onde começar? Muitas questões estão acumuladas no subconsciente, transformando a vida em uma aflição, quando, na verdade, a vida é um presente, uma dádiva.

No Brasil, o mês de setembro passou a ser dedicado a essa discussão a partir de 2015, por diferentes entidades que buscam esclarecer a população sobre o tema, usando a cor amarela. Assim surgiu o “Setembro Amarelo”. No entanto, uma campanha internacional teve início nos Estados Unidos após a trágica morte do jovem norte-americano Mike Emme, que tinha 17 anos. A família e os amigos não perceberam que Mike precisava de ajuda, e ele acabou tirando a própria vida.

Recentemente, a família do jovem norte-americano concedeu uma entrevista a um veículo de comunicação e compartilhou a dor da perda, que nunca tem fim para a família e os amigos. Contudo, ao olharem para a mobilização gerada pela morte do filho e a compaixão em ajudar outras pessoas a enfrentar problemas semelhantes por meio das campanhas, o sentimento de dor se transformou em uma missão de ajudar o próximo.

Histórias como essa estão por toda parte. Como mãe, esposa e atualmente servindo à população como primeira-dama do Estado, tenho a responsabilidade de falar sobre o assunto. Quero encorajar as pessoas a olhar mais para o próximo. Não estou falando de cuidar da vida do outro, mas de tentar perceber sinais que podem estar atormentando aqueles ao nosso lado. Da mesma forma, encorajo as pessoas que estão passando por problemas a encontrar um porto seguro e conversar com alguém; esse é o primeiro passo. Os sintomas do suicídio são silenciosos, e o escape se dá com a depressão, e nem sempre conseguimos identificar esses sinais.

Especialistas alertam que a depressão é uma doença psicológica grave e frequentemente subestimada, que pode levar ao suicídio. Caracterizada por alterações de humor, às vezes uma pessoa que demonstra uma alegria constante pode estar escondendo uma dor; tristeza profunda; baixa autoestima e sensação de falta de perspectiva. A depressão pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, perdas pessoais, desilusão amorosa e abuso de substâncias.

A doença faz com que a pessoa se sinta envergonhada, rejeitada e solitária, e, devido à sua subestimação social, pode levar a pensamentos suicidas como uma forma de escapar das angústias. É crucial buscar acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, o qual pode reduzir significativamente o risco de suicídio.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho(a). Pedir ajuda é um ato de coragem. Converse com alguém de confiança, procure um profissional e, se precisar, ligue para o CVV: 188.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, 12,6% dos homens, a cada 100 mil, em comparação com 5,4% das mulheres, a cada 100 mil, morrem devido ao suicídio. A única maneira de ajudar uma pessoa que está com pensamentos suicidas é o apoio de pessoas próximas e profissionais. Se precisar, peça ajuda; esse é o melhor caminho. Nem sempre conseguimos superar nossas fragilidades sozinhos. Além dos familiares e amigos, procure um profissional habilitado. O processo não é fácil, mas, com determinação e fé, a superação é uma questão de tempo.

Quem acompanha meu trabalho sabe que já passei por inúmeros desafios com minha saúde, momentos delicados. A única coisa que eu pensava era como superar algo que não dependia apenas de mim. Todas as doenças que enfrentei e a minha superação diária vão além da minha força de vontade. No meu caso, a fé em Deus, a minha família e a ajuda profissional foram primordiais, pois há momentos em que o corpo e a mente cansam. É nesse momento que precisamos ser humildes o suficiente para dizer: “Sim, eu preciso de ajuda”.

A vida é maravilhosa; a vida é um presente diário. “Se precisar, peça ajuda.”

Virginia Mendes é economista, mãe de três filhos, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo na área social por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

Fonte: Governo MT – MT

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