Enquanto Câmara dos Deputados discute veto casamento gay no Brasil, o Papa Francisco fala sobre possiblidade da Igreja abençãr uniões homoafetivas . O pontífice respondeu ao questionamento de cardeais da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina, em Dubia.
Os cardeais enviaram cinco dubia (plural de “dúvida” em latim) públicas pedindo esclarecimentos ao líder da Igreja Católica. Um dos questionamentos era sobre bênção de uniões entre pessoas do mesmo gênero. O Papa afirmou que a Igreja precisa ser paciente e compreensiva.
“Todavia, em nosso relacionamento com as pessoas, não devemos perder a caridade pastoral, que deve permear todas as nossas decisões e atitudes. A defesa da verdade objetiva não é a única expressão dessa caridade, que também é composta de gentileza, paciência, compreensão, ternura e encorajamento. Portanto, não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam, excluem” disse o líder do Vaticano.
Francisco deixou a resposta em aberto, reiterando que a questão deve ser avaliada caso a caso, mas não pode ser comparada com o matrimônio de casais heterossexuais. Na declaração, o Papa disse que “pedidos de bênção são a forma de as pessoas se aproximarem de Deus e viver vidas melhores, mesmo que alguns atos sejam objetivamente moralmente inaceitáveis”.
Apesar da resposta não ser direta, segundo Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, a resposta simboliza em aceno positivo.
“A igreja reconhece de fato que o amor sagrado pode existir entre casais do mesmo sexo, e que o amor dessas pessoas espelha o de Deus”, afirmou o ativista pelos direitos de homossexuais na Igreja e na sociedade. Desde 1992 DeBernardo atua em programas de aproximação da comunidade LGBTQIA+ com o catolicismo.