Apesar de muitas mulheres já terem ouvido falar da Síndrome do Ovário Policístico ou até de conviverem com o diagnóstico , ainda há muitas dúvidas sobre a condição. O SOP, como também é conhecido, trata-se de um distúrbio hormonal muito comum na atualidade.
As pacientes portadoras da síndrome apresentam uma gama de sinais e sintomas que nem sempre estão presentes em todas as pacientes, sendo os mais frequentes a irregularidade menstrual, com ciclos pouco frequentes ou prolongados; o hiperandrogenismo, que é o excesso de hormônios masculinos, que pode levar a sinais como acne, aumento de oleosidade de pele e queda de cabelo, e a presença de ovários de aspecto policístico à ultrassonografia.
De acordo com a ginecologista Jéssica Othon, além desses sintomas citados, as pacientes frequentemente também podem apresentar sobrepeso ou obesidade; aumento da resistência insulínica; apneia do sono; dificuldade para engravidar; e transtorno do humor, como a depressão.
Em conversa com o GPS, a médica tirou algumas dúvidas sobre a condição. Confira a entrevista:
A Síndrome do Ovário Policístico é um problema genético? O que faz com que ela apareça?
A causa da SOP ainda não é totalmente esclarecida, sendo provavelmente uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais.
Ela tende a recorrer em pacientes de uma mesma família, mas também pode aparecer em uma pessoa que não tem a história familiar de SOP. Fatores ambientais como a obesidade e uma dieta pouco saudável também predispõe à condição.
Quais exames mostram a condição?
A suspeita da condição é clínica, ou seja, depende dos sinais e sintomas apresentados pela paciente. Mas alguns exames podem ser muito úteis para fechar ou descartar diagnósticos. Os principais são o ultrassom transvaginal e dosagem de hormônios sexuais e adrenais.
É uma condição que pode ser temporária ou a paciente a terá para sempre?
Muito frequentemente, pacientes jovens chegam ao meu consultório com o diagnóstico, pois apresentaram irregularidade menstrual, acne e ovários policísticos na sua adolescência. Então, aqui temos dois pontos: não se pode dar o diagnóstico de SOP utilizando estes critérios nos primeiros dois anos após a descida da primeira menstruação, pois são fisiológicos e esperados nessas meninas. Então, muitas meninas recebem este diagnóstico errôneo e depois são “curadas”, quando, na verdade, elas nunca tiveram a condição.
O segundo ponto são aquelas mulheres que tiveram o diagnóstico feito corretamente, após pelo menos dois anos da menarca. Para estas pacientes, existe sim a possibilidade de deixar de ter a síndrome, com mudança de estilo de vida e perda de peso, porém, nem sempre é possível reverter o quadro, e é relativamente frequente termos que tratar os sintomas da doença durante todo o período reprodutivo da mulher.
As portadoras da síndrome podem apresentar dificuldade para engravidar?
Sim, as pacientes com SOP, por terem um aumento dos hormônios masculinos, apresentam uma alteração da ovulação, podendo ter ciclos anovulatórios, ou seja, não liberam o óvulo todo mês, como as mulheres que têm ciclos normais. Mas normalmente este não é um impeditivo, com o adequado tratamento.
Quais são os cuidados que as pacientes precisam ter para o resto da vida?
Essas mulheres têm riscos comprovadamente aumentados para doenças cardiovasculares, como hipertensão, dislipidemia, diabetes e doença arterial coronariana; apneia obstrutiva do sono; esteato-hepatite não alcoólica, e transtornos de humor, como ansiedade e depressão.
Portanto, essas pacientes devem ser orientadas com bastante ênfase a ter uma dieta saudável, realizar atividade física regular e ter hábitos saudáveis no geral, como não fumar ou beber em excesso.
Como é o ciclo menstrual dessas mulheres?
O ciclo menstrual dessas pacientes, normalmente, é marcado pelos longos períodos entre uma menstruação e outra, podendo variar de ciclos de mais de 35 dias a um intervalo de meses entre as menstruações.
Há tratamento? O uso do anticoncepcional é indicado?
Como não se conhece uma causa única para a doença, o tratamento da SOP consiste em agir para controlar os sintomas que a paciente apresenta. Caso não tenha desejo de engravidar no momento, o uso de contraceptivos hormonais é a primeira linha de tratamento, pois vai regularizar o sangramento e diminuir os hormônios masculinos.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.