O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) , Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira (11) que os líderes da aliança militar decidiram convidar a Ucrânia para se juntar ao grupo assim que os aliados concordarem e o país cumprir as condições impostas.
Em coletiva de imprensa em meio à cúpula de chefes de Estado e de governo da Otan, que ocorre entre hoje e quarta-feira (12) em Vilnius, na Lituânia, o norueguês afirmou que só “emitirá o convite quando os aliados concordarem e as condições forem atendidas”.
“É um caminho de entrada claro para Kiev. É um pacote, juntamente com o Conselho Otan-Ucrânia e apoio plurianual, que dá uma mensagem forte, positiva e unida para a Kiev”, acrescentou. Segundo Stoltenberg, “não há prazo para o processo de entrada na Otan”, porque tudo “é baseado na obtenção de condições, sempre foi assim”.
Além disso, ele explicou que os membros da organização transatlântica concordaram em simplificar o processo da futura adesão da Ucrânia, eliminando o chamado Plano de Ação de Adesão (MAP) para o governo de Volodymyr Zelensky . Com isso, Kiev não precisaria participar do programa plurianual para confirmar que realizou as reformas militares, políticas e econômicas para entrar na Otan.
“É a mensagem mais forte que já enviamos à Ucrânia e no comunicado argumentamos que a Ucrânia foi além da necessidade de ter o MAP”, observou Stoltenberg, lembrando que “as condições estão especificadas no artigo 10.º do Pacto Atlântico e cabe aos aliados julgar se são respeitadas ou não”.
Por sua vez, Zelensky disse que a “Otan tornará a Ucrânia mais segura e a Ucrânia tornará a Otan mais forte”.
Fontes revelaram que um trecho do acordo final da reunião “reafirma o compromisso assumido na cúpula de Bucareste de 2008 de que a Ucrânia se tornará membro da Otan e hoje é reconhecido que o caminho do país rumo à plena integração euro-atlântica foi além da necessidade do Plano de Ação para Adesão”.
“A Ucrânia tornou-se cada vez mais interoperável e politicamente integrada com a Aliança e fez progressos substanciais no seu caminho de reforma. Em conformidade com a Carta de 1997 sobre uma parceria distinta entre a Otan e a Ucrânia e o Complemento de 2009, os Aliados continuarão a apoiar e a rever o progresso da Ucrânia sobre a interoperabilidade, bem como outras reformas necessárias de segurança e do setor democrático”, acrescenta o texto.
Além disso, o documento explica que “os ministros das Relações Exteriores da Otan avaliarão regularmente o progresso por meio do programa nacional anual adaptado”.
“A Aliança apoiará a Ucrânia na realização dessas reformas em seu caminho para a futura adesão. Seremos capazes de estender um convite à Ucrânia para aderir à Aliança quando os aliados concordarem e as condições forem cumpridas”, finaliza.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.