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MATO GROSSO

Operação cumpre 76 ordens judiciais contra grupo de estelionatários que aplicou golpes em vendas de veículos

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A Operação Smurfs, deflagrada nesta sexta-feira (13.09) pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, cumpre 76 ordens judiciais contra uma organização criminosa formada por estelionatários que aplicaram golpes da falsa venda de veículos e lavaram o dinheiro obtido com as transações ilícitas.

Foram decretados pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) 16 mandados de busca e apreensão, 20 afastamentos de sigilo bancário e outras 20 medidas cautelares. A decisão judicial determinou ainda 20 bloqueios de contas dos investigados no valor de até 163.400,00 mil, mas que podem chegar a 3.260 milhões de reais.

Entre as medidas cautelares contra os 20 investigados estão: proibição de entrar ou manter contato com as vítimas; proibição de se ausentar da comarca de Rondonópolis ou daquela em que residem; não manter contato com os demais investigados; manter endereço e telefone atualizados e comparecer às intimações da autoridade policial e aos atos judiciais.

Os mandados serão cumpridos nas cidades de Rondonópolis, Alto Taquari, Poxoréu e Várzea Grande.

Pulverização dos valores

A investigação da Derf de Rondonópolis identificou, ao menos, 10 vítimas do grupo criminoso que aplicou o popularmente conhecido como ‘golpe do intermediário, falsa venda de carro ou golpe do OLX’. As vítimas, tanto comprador e como vendedor do produto, são ludibriadas por um terceiro que as induz a erro, quando são levadas a pagar por um bem, na maioria das vezes um veículo, que jamais foi entregue a quem o adquiriu.

A equipe investigativa identificou que os criminosos se dividiram em três grupos. O núcleo principal era responsável por aplicar a engenharia social, identificando as vítimas e divulgando os falsos anúncios nas plataformas de e-commerce de compra e venda de veículos.

O núcleo intermediário agia na localização de contas bancárias para o recebimento dos valores aplicados com os golpes. Já o terceiro núcleo era formado pelas pessoas que forneceram as contas bancárias para receber o dinheiro criminoso e pulverizar os valores.

O nome da operação faz alusão ao termo ‘smurfing’, técnica conhecida para a lavagem de dinheiro, quando grandes quantias são pulverizadas em quantidades menores e menos suspeitas. A partir da pulverização do dinheiro, os valores são depositados em uma ou mais contas bancárias, por várias pessoas (smurfs), ou até mesmo por uma única pessoa durante um longo período, como forma de ocultar a origem ilícita e tentar despistar a investigação.

A Operação Smurfs emprega um efetivo policial das unidades da Regional de Rondonópolis: 1a Delegacia, DHPP, Delegacia da Mulher, Delegacias de Alto Taquari, Alto Araguaia, Alto Garças, Itiquira e Poxoréu; e ainda a Gerência de Combate ao Crime Organizado.

Fonte: Governo MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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