O Escritório da ONU para Direitos Humanos condenou, nesta terça-feira (30), a repressão aos manifestantes pelo governo venezuelano após as eleições deste fim de semana, afirmando que centenas de pessoas foram presas. O órgão solicitou mais transparência no sistema de apuração, além de investigações sobre possíveis violações de direitos humanos.
As informações são de Jamil Chade, colunista do UOL. Segundo sua reportagem, ao menos sete mortes relacionadas às eleições na Venezuela ocorreram desde a noite do domingo (28). Os números de mortos foram contabilizados por meio de dados da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal.
Novos protestos têm sido convocados pela oposição do país, que reivindica a vitória e questiona a nomeação de Nicolás Maduro como presidente para um terceiro mandato.
“Estou extremamente preocupado com o aumento das tensões na Venezuela, com relatos preocupantes de violência desde a eleição do último domingo”, afirmou o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk.
Turk denunciou: “Manifestações estão ocorrendo em pelo menos 17 dos 24 estados da Venezuela, incluindo a capital. Centenas de pessoas foram presas, inclusive crianças”, continuando: “Isso me preocupa profundamente”.
O alto comissário expressou estar “alarmado com os relatos de uso desproporcional da força pelos agentes da lei, juntamente com a violência de indivíduos armados que apoiam o governo, conhecidos como colectivos”.
“Vários manifestantes foram feridos por armas de fogo, com uma morte confirmada em 29 de julho. Outras alegações ainda estão pendentes de verificação”, completou.
Por meio de comunicado emitido nesta terça-feira, Turk reforça o apelo feito por diversos governos, como o próprio Brasil, para que Caracas conduza uma apuração transparente.
“Junto minha voz ao apelo feito pelo Secretário-Geral na segunda-feira para que as disputas eleitorais sejam resolvidas pacificamente, com total transparência, incluindo a publicação oportuna dos resultados das eleições com uma divisão por seções eleitorais”, disse o alto comissário.
“As autoridades eleitorais devem realizar seu trabalho de forma independente e sem interferência, a fim de garantir a livre expressão da vontade dos eleitores e salvaguardar seus direitos”, concluiu Turk.