O comissário-geral da agência da ONU que auxilia os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, informou neste domingo (15) que a organização não tem mais condições de ajudar as pessoas na Faixa de Gaza, que está sob cerco total imposto por Israel.
“A partir de hoje, os meus colegas da UNRWA em Gaza já não são capazes de prestar assistência humanitária”, disse ele, em entrevista coletiva. “A menos que tragamos agora suprimentos para Gaza, a UNRWA e os trabalhadores humanitários não poderão continuar as operações humanitárias. As operações da UNRWA representam a maior presença das Nações Unidas na Faixa de Gaza e estamos à beira do colapso. Isto é absolutamente sem precedentes”, completou.
“Não há uma gota de água, nem um grão de trigo, nem um litro de combustível que tenha sido autorizado a entrar na Faixa de Gaza durante os últimos oito dias”, disse Lazzarini.
O comissário-geral da UNRWA afirma que “nenhum lugar é seguro em Gaza”, e descreve as condições sanitárias como “terríveis”. “Temos relatórios de lugares onde centenas de pessoas compartilham apenas um banheiro”, disse ele. “Gaza está ficando sem sacos para cadáveres”, completou.
“Idosos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiência estão simplesmente sendo privados da sua dignidade humana básica, e isto é uma vergonha total”, afirmou Lazzarini.
O comissário-geral da UNRWA, porém, afirmou que “a resposta para matar civis não pode ser matar mais civis”. “Impor um cerco e bombardear infraestruturas civis numa área densamente povoada não trará paz e segurança à região”, disse.
“As guerras, todas as guerras, mesmo esta guerra, têm leis. O direito internacional humanitário é o direito de qualquer conflito armado. A proteção dos feridos e dos civis, incluindo os trabalhadores humanitários, não é negociável”, declarou.
Lazzarini afirmou, ainda, que o cerco a Gaza é um “castigo coletivo”. “Antes que seja tarde demais, o cerco deve ser levantado e as agências humanitárias devem ser capazes de trazer com segurança suprimentos essenciais, como combustível, água, alimentos e medicamentos. E precisamos disso agora”, completou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.