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MUNDO

Onda de saques na Argentina aponta para disputa presidencial tensa

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Uma onda de saques a lojas e supermercados em toda a Argentina levou a dezenas de detenções, em um possível sinal de volatilidade crescente com uma inflação superior a 100% e uma disputa presidencial tensa nas eleições de outubro.

Os saques, desde a cidade de Bariloche, na Patagônia, até a região vinícola de Mendoza e ao redor da capital Buenos Aires, têm mostrado pequenos grupos de pessoas invadindo lojas, roubando alimentos e outros itens, segundo a TV estatal, autoridades e testemunhas da Reuters.

Mais de 100 pessoas foram detidas em diferentes regiões, disseram autoridades. Vídeos e fotos mostram lojas invadidas e saqueadas, prateleiras vazias, pessoas tentando entrar à força nos supermercados e alguns pequenos incêndios. A polícia foi mobilizada para vigiar as lojas.

“Há alguns dias temos visto esse tipo de comportamento”, disse o ministro da Segurança, Aníbal Fernández, nesta quarta-feira (23). Ele alegou que os saques estavam sendo coordenados.

“Há um objetivo aqui de gerar algum tipo de conflito e tentamos evitá-lo”, disse ele. “Isso não é espontâneo e não é uma coincidência.”

A Argentina, um grande exportador mundial de cereais, enfrenta uma inflação anual de 113%, o que está fomentando uma crise no custo de vida. Uma recente e acentuada desvalorização do peso elevou ainda mais os preços ao consumidor neste mês. O JP Morgan prevê que a inflação termine o ano em 190%.

A inflação acentuada está adicionando mais tensão a uma disputa eleitoral presidencial de três vias, atualmente liderada pelo libertário radical Javier Milei, que acabou derrotando a conservadora Patricia Bullrich e o ministro da Economia, Sergio Massa, nas primárias de agosto.

Milei, que prometeu dolarizar a economia e eventualmente desmantelar o banco central, aproveitou uma onda de raiva dos eleitores na Argentina por causa da inflação e das crescentes dificuldades, com cerca de quatro em cada 10 pessoas vivendo na pobreza.

“É trágico ver novamente, depois de 20 anos, as mesmas imagens de saques que vimos em 2001”, disse ele na plataforma X, anteriormente chamada de Twitter, referindo-se à crise econômica de 20 anos atrás. Ele acrescentou que não endossa a violência.

A porta-voz presidencial Gabriela Cerruti acusou Milei de promover os ataques para “desestabilizar” o país.

Bullrich, ex-ministra da Segurança e candidata da principal coligação conservadora de oposição, criticou os saques e destacou as suas credenciais de lei e ordem.

“A Argentina vive na desordem, e a desordem parece ser a regra”, disse ela. “Nada justifica estes ataques à propriedade privada ou a inação do governo. Precisamos de ordem e pronto.”

FMI

O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI )aprovou nesta quarta-feira a quinta e sexta revisões do seu programa de US$ 44 bilhões com a Argentina, o que permite o desembolso de US$ 7,5 bilhões que a economia do país necessita desesperadamente, disse o governo argentino.

“O conselho do FMI aprovou o desembolso de 7,5 bilhões de dólares”, afirmou o Ministério da Economia argentino em um comunicado.

O corpo técnico do FMI e a Argentina chegaram a um acordo no final de julho, o que deixou o desembolso pendente de aprovação do conselho.

As reservas cambiais líquidas da Argentina estavam no território negativo antes do desembolso e o país concordou com um empréstimo de US$ 775 milhões com o Catar, além de um empréstimo-ponte de US$ 1 bilhão do banco de desenvolvimento regional CAF e US$ 1,7 bilhão de um swap cambial com a China para fazer um pagamento ao Fundo neste mês.

O Fundo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A próxima revisão do programa está prevista para novembro.

*É proibida reprodução deste conteúdo.

Fonte: EBC Internacional

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MUNDO

Putin confirma encontro com Xi Jinping na Rússia em outubro

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Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho
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Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho


O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.

O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.

De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.

Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.

“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.

O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.

A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.

Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.

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Fonte: Internacional

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