Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil, na Operação “Dissimulare”, deflagrada nesta quinta-feira (29.06), no município de Tapurah (433 km a médio norte de Cuiabá).
O trabalho visando o combate ao tráfico de drogas instalado na região, foi realizado pela Delegacia de Tapurah com apoio da Delegacia Regional de Nova Mutum e Delegacia de Lucas do Rio Verde.
Foram apreendidos cerca de 800 pinos de cocaína, diversas porções de maconha, a quantia de R$ 3 mil em dinheiro, balanças de precisões, cadernos com anotações referentes a venda ilícita, celulares, além de outros objetos.
Ao todo oito pessoas, sendo seis homens e duas mulheres, foram presas em flagrante por tráfico e associação ao tráfico de drogas. Um adolescente também foi apreendido por ato infracional análogo aos mesmos crimes.
Durante diligências investigativas a Polícia Civil identificou integrantes de uma facção criminosa, que usavam terceiras pessoas para armazenarem grandes quantias de entorpecentes, em especial, a cocaína.
Conforme apurado, cada pino da substância ilícita era comercializada pelo valor de R$ 50, bem como a apreensão do referido carregamento de cocaína gerou prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 40 mil, para o grupo criminoso.
Além dos materiais apreendidos, os policiais civis localizaram nos endereços alvos dos mandados, diversas cestas básicas que seriam entregues pela facção criminosa às famílias carentes.
Os oito adultos presos e o menor apreendido foram encaminhados para Delegacia de Tapurah, onde foram interrogados e ouvidos. Em seguida os conduzidos foram autuados em flagrante e ato infracional, respectivamente.
As investigações continuam objetivando identificar e responsabilizar as lideranças da facção criminosa atuante em Tapurah.
Nome da Operação
A palavra “Dissimulare” faz referência ao ato de dissimular, isto é, mascarar ou disfarçar o depósito de drogas por meio de pessoas discretas e insuspeitas.
Diligências preliminares para apurar suposta adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” como mecanismo para desvio de combustível e prática de sobrepreço, no município de Barão de Melgaço, indicam a existência de uma organização criminosa constituída para saquear os cofres públicos em várias prefeituras e câmaras de vereadores de Mato Grosso.
Segundo o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), grupo operacional permanente formado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e Polícia Judiciária Civil, as investigações realizadas até o momento demonstram que proprietários de quatro empresas, todas com a participação de um mesmo núcleo familiar, já firmaram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais.
Conforme o Naco, a identificação do esquema ocorreu após a análise de todos os processos licitatórios homologados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas no período de 2020 até os dias atuais. Foi verificado, durante a investigação, que outras empresas que haviam participado dos certames tinham como sócios pessoas do mesmo núcleo familiar do proprietário da empresa Centro América Frotas. Além disso, algumas delas sequer possuem atividade empresarial em funcionamento.
A investigação revelou ainda que o sócio oculto das empresas investigadas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.
A análise dos contratos, segundo o Naco, também demonstrou diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes. Em um dos casos, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.