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OAB promove manifestação em São Paulo e pede jurista negra para o STF

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OAB SP promove manifestação em SP em prol de jurista negra no STF
Divulgação OAB SP – 20.09.2023

OAB SP promove manifestação em SP em prol de jurista negra no STF

A Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP) promoveu uma manifestação conjunta nesta quarta-feira (20), junto a outras organizações, em prol de uma jurista negra para ocupar a vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta ao final de setembro, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, 20 organizações da sociedade civil apoiam o movimento, que iniciou uma passeata na sede da OAB-SP nesta quarta e seguiu ao Largo de São Francisco, onde está localizada a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. No Largo, houve a leitura de uma carta aberta ao presidente Lula (PT).

“A nossa mobilização pela ampliação da representatividade no Poder Judiciário brasileiro é de longa data e atinge um estágio crucial neste momento”, declara a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini.

“Não podemos deixar passar a chance de mudar para sempre a história da Justiça no nosso país e de dar um passo em direção a uma sociedade mais igualitária, que seja verdadeiramente representada em suas instituições de justiça. Essa é a nossa luta”, complementa.

A carta aberta ao presidente da República, subscrita pelas instituições organizadoras, será protocolada no Gabinete da Presidência da República, em Brasília, no próximo dia 25 de setembro. Se juntam a OAB-SP, a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), a Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica de São Paulo (ABMCJ-SP), a Associação dos Advogadas Trabalhistas de São Paulo (AATSP) e o movimento Me Too Brasil.

O documento cobra urgência de iniciar uma mudança na composição do poder judiciário brasileiro, a partir da vaga que será aberta com a aposentadoria da ministra Weber. O movimento considera que o presidente tem à sua frente uma oportunidade de reparação histórica, visto que, em 132 anos de existência, nunca houve uma jurista negra nos quadros do STF. As organizações ainda argumentam que as diferentes perspectivas e experiências presentes na sociedade brasileira devem ser contempladas nas tomadas de decisão da Corte.

Para Dione Almeida, secretária-geral da OAB-SP e que, em julho deste ano, presidiu a Ordem paulista por dois dias – sendo a primeira mulher negra a ocupar o cargo –, a reivindicação mira efeitos que vão além da mera nomeação ao STF. “O racismo estrutural, o machismo e os estereótipos de gênero e raça inviabilizaram o acesso dessas mulheres nos espaços de poder”, afirma.

“O direito sempre excluiu mulheres negras, um bom exemplo é a lei que proibia aos negros o acesso à educação formal. A escolha de uma ministra negra para uma Corte Superior é o reconhecimento da capacidade intelectual e da qualificação dessas mulheres que estão prontas para desempenhar com excelência a função de ministra”, destaca Almeida.

Fonte: Nacional

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BRASIL

PF cumpre mandado em Cuiabá sobre venda de sentença no Judiciário

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Por Fabio Serapião

Da folhapress Brasilia

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta (24), mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre venda de sentenças que envolve cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.

Cinco desembargadores foram afastados dos cargos. Além das buscas, também há medidas como proibição de acesso às dependências de órgão público, vedação de comunicação entre investigados e uso de tornozeleira eletrônica.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na manhã desta quinta-feira (24), em um condomínio de luxo em Cuiabá,

O alvo seria um lobista e as investigações apontam para a ligação com morte do advogado Roberto Zampieri.

A ação foi batizada de Ultima Ratio e investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.

Os mandados de busca foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A investigação sobre a comercialização de sentença teve apoio da Receita e é um desdobramento da operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.

Na primeira fase, a investigação tinha como foco a suposta participação de integrantes do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul em uma organização criminosa.

O nome da operação teve como origem a descoberta de que a aquisição de direitos de exploração de mineração em determinadas áreas eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do esquema.

Esse não é o único caso relacionado a venda de sentença judicial em investigação no âmbito do STJ.

Um ministro do próprio tribunal está na mira da PF sob suspeita de venda de sentença.

CASO ZAMPIERI – As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso.

O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com dez tiros em dezembro passado.

Na ocasião, ele estava dentro do carro, em frente ao seu escritório em Cuiabá.

Em seu celular, havia mensagens que levantaram suspeitas de vendas de decisões por gabinetes de quatro ministros do STJ.

As investigações iniciais apontavam como uma das motivações processos de disputas de terras que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Outro caso de venda de sentenças ainda em andamento é no Tribunal de Justiça da Bahia.

Lá, a operação Faroeste se transformou no maior caso de venda de decisões judiciais do Brasil.

Nos últimos meses, duas desembargadores baianas se tornaram rés (uma delas pela segunda vez) no âmbito da operação, juízes do sul do estado foram afastados sob suspeita de irregularidades em questão fundiária e um magistrado da região oeste disse sofrer ameaças por julgar casos relacionados a grilagem.

No início de julho passado, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu fazer uma investigação diante de nova suspeita de irregularidades no tribunal, com convocação de testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos.

Ao mesmo tempo, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou uma apuração profunda sobre o tribunal, em decorrência de “gravíssimos achados”.

Entre eles, estão problemas na vara de Salvador encarregada de analisar casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há relatos de atrasos dos juízes em audiências, ineficiência e servidores da vara com temor de represálias de magistrados.

Cuiabá é uma das cidades alvo da Operação Ultima Ratio, que investiga supostos crimes de vendas de sentença, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (24), no estado vizinho.

Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.

 

 

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