A corrida presidencial dos Estados Unidos está começando, e a dúvida sobre quem vai assumir o cargo do líder da maior economia do mundo é uma questão que permeará o ano de 2024. Atualmente, o democrata Joe Biden está no cargo de presidente, aos 81 anos , e caminha para travar uma dura batalha para conseguir uma reeleição. Se sua candidatura em 2020 já foi algo penoso contra o então presidente Donald Trump , este ano as coisas não serão diferentes. Em 2024, o cenário monta uma possível revanche, com o ex-presidente assumindo a vaga dos Republicanos na disputa.
Um levantamento feito pela Reuters junto à Ipsos, divulgado no dia 13 de fevereiro de 2024, mostra que em percentual de votos diretos, Trump está com uma leve vantagem, aparecendo com 37% das intenções de votos. Biden, por sua vez, surge com 34%. Entretanto, ainda que haja uma pequena vantagem numérica, o sistema de votação norte-americano abre margem para uma reviravolta. O Portal iG já explicou como funciona o voto nos Estados Unidos , veja neste link.
Até o momento, os Estados Unidos já conta com 46 presidentes em sua história, sendo o primeiro George Washington, que assumiu o cargo em 1789, dando início à democracia norte-americana. Desde Washington, os Estados Unidos contou com líderes de seis partidos, mas com grande predominância dos Republicanos e dos Democratas. Dos candidatos eleitos, cerca de 40% são Republicanos; já os Democratas representam 33% dos eleitos.
Os demais partidos são: Democrata-Republicano, Whig, Federalista e União Nacional. Todos, no entanto, foram dissolvidos no século XIX, sendo incorporados aos tradicionais partidos que conhecemos atualmente.
Neste século, os Estados Unidos passaram por seis eleições presidenciais. Tanto os Republicanos quanto os Democratas conseguiram eleger dois presidentes, totalizando três mandatos.
No início dos anos 2000, o republicano George W. Bush , filho do 41º presidente dos Estados Unidos, assumiu a Casa Branca após o governo de Bill Clinton. Ele é sucedido pelo democrata Barack Obama , que também se mantém no poder por dois mandatos. Então, com um discurso populista e um grande apelo nas redes sociais, Donald Trump surge como candidato e vence as eleições de 2016, mas a imagem que deixa não consegue o fazer se reeleger, quando é derrotado pelo democrata Joe Biden.
“A eleição de 2020 foi marcada por uma forte rejeição ao governo Trump, que resultou na perda da reeleição — um caso bastante raro na política americana. Isso é um feito da pandemia, da desaceleração drástica econômica, da perda de renda e de uma visão de que a política dele é agressiva com relação à China, proporcionou um efeito interno, que é o contrário dos interesses de reindustrialização, gerando um aumento dos custos de produção. Tudo isso somado a um contexto forte de polarização que havia nos Estados Unidos”, explica Holzhacker.
Desafios de décadas
A professora afirma que vemos cada vez mais uma polarização nos Estados Unidos, que foi destacada nas últimas eleições. “Pesquisas mostram cada vez mais uma diferença entre posições e entre os grupos, com uma perda da capacidade de atuação dos grupos mais moderados e independentes. Neste debate político, no caso dos Democratas, a preocupação crescente é a falta de renovação do quadro partidário com força para conseguir se contrapor às forças mais Republicanas. Já do outro lado, o medo dos republicanos da perda do conservadorismo tradicional para essa para um trumpismo cada vez mais forte.”
Segundo a cientista política, esse cenário pode ser visto nas disputas para a Câmara dos Deputados e para o Senado, em que os “discursos radicais da extrema-direita têm tido bastante sucesso”. Nesse caso, os candidatos mais moderados vem perdendo o apoio, e os extremos ganhando mais força.
Eleições de 2020 e incertezas de 2024
Se em 2008 Barack Obama conseguiu crescer e se eleger através de uma memória conturbada do governo de George W. Bush, principalmente sobre as medidas voltadas contra o Iraque, em 2020 Biden acaba se beneficiando de algo parecido.
Holzhacker afirma que a não reeleição de Trump na época se dá muito pela “pandemia, que levam a economia norte-americana a um momento bastante drástico de crise, além da crise de saúde pública, que são efeito das políticas dele durante a pandemia, um quadro interno de muita pressão com as manifestações anti-racistas, além de uma polarização muito crescente e um presidente muito é agressivo na comunicação e no embate político”. Isso gerou um aumento na “rejeição” do empresário.
Mas esse cenário pode acabar se virando em 2024. O alvo agora será a gestão Biden e os erros diplomáticos que acabaram resultando em duas guerras internacionais. “O contexto das guerras é para criar uma outra dimensão em que há um questionamento sobre a posição americana e a lógica de atuação e liderança dos Estados Unidos no mundo.”
Além disso, aspectos econômicos e as divisões políticas deverão ser as principais pautas discutidas.
“Nós vimos durante esses anos de Biden que a sociedade não conseguiu superar as divisões [políticas] e, ao contrário, essas divisões ficaram ainda mais crescentes. Outro lado é a discussão econômica muito forte, que está em uma memória positiva dos primeiros anos do governo Trump antes da pandemia. Há esta percepção muito forte hoje, não atribuindo uma percepção positiva sobre os efeitos econômicos do Biden — apesar dos avanços econômicos — no dia a dia, as pessoas não sentem que esses avanços atingem o seu poder de compra e, consequentemente, surge um empobrecimento da sociedade americana”, explica.
“O que vai definir claramente o voto que se tem olhado são as questões que atingem o cotidiano e a percepção sobre a qualidade de vida da sociedade americana”, finaliza Holzhacker.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.