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O que é a passagem de Rafah e por que sua liberação é tão lenta?

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Passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito
Gigi Ibrahim/Wikimedia Commons – 19.11.2012

Passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito

A passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, foi aberta para pessoas nesta quarta-feira (1º) pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Ao todo, 490 pessoas foram autorizadas a deixar a área que vem sendo bombardeada pelas forças israelenses.

Essa primeira lista não conta com cidadãos do Brasil . Um grupo de cerca de 30 brasileiros ainda aguarda nas cidades de Khan Yunis e Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, para cruzarem a fronteira com o Egito. Um avião da Presidência da República aguarda no Cairo, capital do Egito, para realizar a repatriação dos brasileiros em Gaza assim que for possível.

A passagem de Rafah se tornou a única rota possível de saída para as pessoas na Faixa de Gaza desde que a guerra teve início, no dia 7 de outubro, já que é a única que não é controlada por Israel. Depois dos ataques surpresas do Hamas (que controla Gaza) a Israel, o país judeu promoveu um cerco total a Gaza, impedindo a entrada de alimentos, água, medicamentos, combustível, energia elétrica e outros itens básicos, além de impedir a saída de pessoas.

Ao impor o cerco, as forças israelenses também exigiram que os palestinos se deslocassem para o sul de Gaza, já que o exército faria uma incursão ao norte – o que está em andamento . Segundo Israel, o sul (onde fica a passagem de Rafah) é uma zona humanitária segura, embora bombardeios tenham atingido a região diversas vezes.

Passagem de Rafah de Dimitria Coutinho

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 1,4 milhão de palestinos tenham deixado suas casas desde o início da guerra – o número representa mais da metade da população de Gaza.

Com abrigos lotados, sistema de saúde em colapso e falta de itens básicos, Gaza vive uma crise humanitária sem precedentes, de acordo com agentes humanitários que atuam na região. Isso faz com que a única esperança para estrangeiros e feridos seja a saída pela passagem de Rafah, que também é a única alternativa para a entrada de alimentos e medicamentos para locais.

Destruição na Faixa de Gaza
Gaza destruída
Gaza destruída
Explosão da Faixa de Gaza
Prédio destruído por bombardeiros na Faixa de Gaza
Prédio destruído por bombardeiros na Faixa de Gaza
Prédio destruído por bombardeiros na Faixa de Gaza
Destruição causada pelos ataques à Faixa de Gaza
O mercado comercial no campo de refugiados de Nusairat, na cidade de Gaza, que foi bombardeado por ataques aéreos israelenses em 21 de outubro.
Bombeiros, juntamente com o pessoal da defesa civil, médicos na cidade de Gaza e outros membros da comunidade, unem forças para limpar os escombros de uma casa atingida pelas forças israelitas na área de Al Remal.Bombeiros do corpo de bombeiros, juntamente com o pessoal da defesa civil, médicos na cidade de Gaza e outros membros da comunidade, unem forças para limpar os escombros de uma casa atingida pelas forças israelitas na área de Al Remal.
Bombeiros, juntamente com o pessoal da defesa civil, médicos na cidade de Gaza e outros membros da comunidade, unem forças para limpar os escombros de uma casa atingida pelas forças israelitas na área de Al Remal.Bombeiros do corpo de bombeiros, juntamente com o pessoal da defesa civil, médicos na cidade de Gaza e outros membros da comunidade, unem forças para limpar os escombros de uma casa atingida pelas forças israelitas na área de Al Remal.
Os residentes de Gaza vasculham os restos do parque infantil onde as crianças de Gaza brincavam no Hospital Al Ahli, que foi tragicamente bombardeado na noite de 17 de Outubro
Um homem palestino de Gaza em frente à sua casa destruída na área de Al Remal, em Gaza
A severa destruição na área de Al Remal em Gaza causada pelos ataques aéreos israelenses
Homens e crianças palestinianos sobre os escombros do seu edifício destruído na área de Al Remal, em Gaza
A severa destruição na área de Al Remal em Gaza causada pelos ataques aéreos israelenses
A destruição foi causada pelos ataques aéreos israelenses no bairro de Al Remal, no centro da Cidade de Gaza
Uma ambulância em Gaza transportando feridos de Gaza para o Hospital AL Shefa' em Gaza
A destruição foi causada pelos ataques aéreos israelenses no bairro de Al Remal, no centro da Cidade de Gaza

Controle da passagem de Rafah

A passagem de Rafah é controlada pelo Egito desde 2007, depois de um acordo com Israel. Na ocasião, o Hamas passou a controlar Gaza, expulsando o grupo palestino Fatah para a Cisjordânia.

Mesmo que a passagem seja controlada pelo Egito, Israel ainda exerce forte influência sobre a fronteira. Mesmo em períodos nos quais não há conflitos armados em andamento, é muito difícil entrar ou sair de Gaza, assim como qualquer passagem de suprimentos por Rafah precisa da autorização israelense.

Desde o início da guerra, portanto, Israel e Egito passaram a negociar, com o auxílio de atores terceiros, como os Estados Unidos, a abertura da passagem de Rafah. A negociação para a entrada de ajuda humanitária, que foi liberada quase duas semanas antes da saída de pessoas – ainda que de forma bastante restrita -, já tinha sido especialmente complicada.

Quando Israel e Egito pareciam ter chegado a um acordo, o governo egípcio denunciou que bombardeios israelenses direcionados a estradas da passagem impediam que os caminhões com ajuda humanitária entrassem em Gaza.

Na ocasião, o embaixador Ahmed Abu Zeid, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito, criticou as acusações de que o Egito travava a entrada dos caminhões em Gaza. Segundo ele, era errado “responsabilizar o Egito pelo fechamento da travessia apesar de Israel promover ataques direcionados” à passagem. “A passagem de Rafah está aberta e o Egito não é o responsável por obstruir a saída de nacionais de países terceiros”, afirmou ele.

A saída de pessoas, porém, tem elementos que tornam as negociações ainda mais delicadas. Do lado egípcio, o país teme absorver uma crise se permitir a entrada de refugiados palestinos. É por isso que, embora feridos e estrangeiros estejam sendo liberados a deixarem o território gradualmente, a saída de palestinos está fora de cogitação.

Segundo o presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi, o país recusa a ideia de Israel de “resolver a causa palestina às custas de seus vizinhos”. Nesta semana, um documento do Ministério da Inteligência de Israel vazado pela imprensa local aponta que o país pretende forçar a saída dos cerca de 2,2 milhões de palestinos em Gaza para o Egito.

A Faixa de Gaza, inclusive, já esteve sob controle do Egito no passado. O país deteve o enclave de 1949 a 1967, quando perdeu o território para Israel na conhecida Guerra dos Seis Dias.

Brasileiros de fora da lista

Até o momento, cidadãos de oito países e membros de organizações humanitárias internacionais foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza pela passagem de Rafah.

Gráfico de Dimitria Coutinho

O Brasil, porém, não foi contemplado até o momento. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que “confia” que os brasileiros que estão no enclave poderão sair “em breve”. Ao todo, são “34 brasileiros e familiares próximos cujos nomes foram informados desde 9 de outubro às chancelarias egípcia e israelense e às autoridades responsáveis na Faixa de Gaza”, diz o comunicado.

“Tanto o Presidente Lula quanto o Ministro Mauro Vieira têm realizado gestões em favor da saída dos brasileiros junto a diversas altas autoridades de Egito, Israel, Catar, Autoridade Palestina e de outros países da região. As gestões continuarão a ser feitas até que se concretize a saída dos brasileiros retidos em Gaza”, afirma o Itamaraty.

“Veículos contratados pelo Itamaraty seguem de prontidão, à espera da autorização para o trânsito do grupo pelo terminal de Rafah e, na sequência, por território egípcio até o aeroporto do Cairo, onde aeronave da FAB aguarda para o voo de repatriação”, completa.

Fonte: Internacional

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MUNDO

Putin confirma encontro com Xi Jinping na Rússia em outubro

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Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho
Sputnik

Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho


O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.

O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.

De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.

Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.

“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.

O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.

A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.

Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.

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Fonte: Internacional

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