O presidente venezuelano Nicolás Maduro comemorou na noite deste domingo (3) o resultado do referendo que aprovou a anexação de Essequibo , território em disputa com a Guiana. Em discurso na Praça Bolívar, em Caracas, Maduro disse que o referendo foi “histórico” e representa um “êxito da democracia”.
“O povo venezuelano falou alto e claro, e essa vitória pertence a todo o povo da Venezuela”, disse ele. O referendo aconteceu neste domingo, e mais de 95% dos venezuelanos que votaram aceitaram incorporar oficialmente Essequibo ao país e conceder cidadania à população local. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo.
Na votação, os eleitores tiveram que responder a cinco perguntas, e todas tiveram mais de 95% de aprovação. Veja as perguntas e os resultados:
Se a Venezuela deve rechaçar a atual fronteira e anexar o território Essequibo: 97,83% de aprovação;
Se o eleitor se opõe “à pretensão da Guiana de dispor unilateralmente de um mar pendente de delimitação”, área com reservas estimadas em cerca de 11 bilhões de barris de óleo: 95,94% de aprovação;
Se o eleitor concorda com a criação de um estado na região, concedendo cidadania venezuela aos habitantes do território Essequibo: 95,93% de aprovação;
Se o eleitor aceita o acordo de Genebra de 1966 como único instrumento capaz de resolver a controvérsia: 98,11% de aprovação;
Se o eleitor apoia a “posição histórica da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça” para resolver a questão: 95,4% de aprovação.
“Foi o povo que decidiu o rumo dessa controvérsia, diante da provocação e da insolência da Guiana e da ExxonMobil”, disse Maduro em seu discurso após o resultado do referendo.
Para o presidente, a “vitória esmagadora” nas urnas foi uma resposta à “insolência da ExxonMobil e do governo da Guiana de tentar repartir o mar venezuelano, o mar que está pendente de delimitação, de tentar usar o território em disputa, em controvérsia, para montar bases do Comando Sul dos Estados Unidos apontando contra a Venezuela”.