Copresidente da Associação Internacional de Médicos para a Prevenção da Guerra Nuclear e vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2017 pela Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês), à , o médico Carlos Umaña vê chance alta de uma bomba nuclear ser ativada por erro humano ou pela ação de hackers.
Para o costa-riquenho, a corrida nuclear que presenciamos atualmente é “algo incrivelmente perigoso, que coloca todos nós à beira de um precipício”.
“Atualmente, o risco de falhas de interpretação e erros de cálculo é altíssimo. Já observamos que, só nos Estados Unidos, ocorreram mais de 1.000 acidentes com arsenais nucleares e, em seis ocasiões publicamente conhecidas, estivemos à beira de uma guerra nuclear em larga escala, não em época de guerra, mas em tempos, entre aspas, de paz”, disse o médico em entrevista à BBC .
“Em um contexto de guerra, com ameaças nucleares explícitas e diversas linhas vermelhas já cruzadas, o risco de um cálculo errado ou interpretação errônea é muito mais alto.”
Umaña é uma das maiores referências na luta pela eliminação dos arsenais nucleares. Segundo ele, o uso de uma arma nuclear de alto potencial seria devastadora para todo o mundo.
“Fala-se, por exemplo, de uma única detonação de uma arma nuclear como algo tático ou estratégico, como se uma bomba fosse algo pequeno. Mas, na verdade, não existem armas nucleares pequenas. Se uma arma nuclear tática de cerca de 100 quilotons — que teria a potência de cinco ou seis bombas de Hiroshima — fosse detonada em uma cidade grande, ela teria o potencial de aniquilar imediatamente centenas de milhares de pessoas e deixar muitíssimas outras feridas”, explica.
“E, quando falamos em feridos, estamos falando da síndrome aguda da radiação, que é a decomposição dos órgãos e dos sistemas vitais, um dos sofrimentos mais dolorosos que qualquer ser vivo pode atravessar. Se falarmos em uma guerra nuclear em larga escala, além das dezenas de milhões de mortos e feridos, também seria criada uma enorme quantidade de fuligem e escombros, que subiriam até a estratosfera e bloqueariam a luz solar.”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.