O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, rebateu nesta quinta-feira (27) as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de haver uma mesa de negociação pela paz em meio à guerra russa.
“Também hoje reiterei várias vezes que em nossa fórmula de paz há um caminho claramente traçado para a paz como a entendemos: se um grupo de bandidos entra em seu apartamento querendo matar você, seus filhos e levar sua casa, você vem para discutir e assinar acordo com esses bandidos, talvez com a participação de seus vizinhos? Você vê isso realista?, declarou ele durante coletiva de imprensa.
“Tenho a sensação de que você não concordaria em viver com esses bandidos e nos termos deles”, acrescentou Shmyhal, enfatizando que não dá para “negociar com bandidos que te atacam”.
Para o premiê ucraniano, “antes de tudo, eles precisam sair de sua casa e depois talvez possamos discutir os princípios da coexistência pacífica”. No entanto, ele agradeceu “os esforços do povo brasileiro e da liderança em sua aspiração de apoiar o povo ucraniano em sua luta”.
A declaração do político ucraniano é dada após Lula afirmar que quer estabelecer a paz no país com nações que não estão ligados à guerra iniciada pela Rússia e afirmar que os russos estão “errados”.
Em sua visita à Espanha, Lula se reuniu com o primeiro-ministro Pedro Sánchez e também reforçou que “ninguém pode ter dúvida” de que os brasileiros condenam a violação territorial que a Rússia fez contra a Ucrânia.
Na ocasião, o presidente brasileiro afirmou ainda que “políticos demagogos” negam os benefícios conquistados com a paz e a cooperação na União Europeia.
Para o petista, “nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.