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“Não cheguei aqui à toa”, diz vice-presidente do TCDF, André Clemente

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“Não cheguei aqui à toa”, diz vice-presidente do TCDF, André Clemente
Caio Barbieri

“Não cheguei aqui à toa”, diz vice-presidente do TCDF, André Clemente

O vice-presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal ( TCDF) , André Clemente , afirmou que a sua aprovação e posse na Corte de Contas “não foi à toa” e que contou com a participação de vários personagens da política, como a do governador Ibaneis Rocha (MDB) e de vários deputados distritais, os quais asseguraram a indicação dele para o cargo vitalício.

Mesmo com a “disputa” natural nos bastidores, o ex-secretário de Economia da gestão emedebista garante não nutrir mágoas por aquelas figuras que, notadamente, tentaram impedir a indicação para a disputada cadeira.

“As pessoas que estão ocupadas com o seu trabalho, com os seus projetos de servir ao próximo, e elas não têm tempo para carregar pedras, para carregar problemas. E quanto mais leve você estiver, mais longe você vai. Então, eu não tenho mágoa de ninguém, não tenho problema com ninguém. Lógico que as disputas acontecem. O que as pessoas têm que entender é que eu não cheguei ali à toa, do dia para a noite. Foram 34 anos de carreira e 20 anos de projeto. Eu tive paciência. Outros passaram na minha frente. Então, aquele momento chegou e Deus quis que eu ali estivesse. Trabalhei e fiz por onde. O governador me honrou com essa indicação e os parlamentares também. Tive 22 votos favoráveis, dos 24, na sabatina”, lembrou.

Durante entrevista exclusiva ao GPS|Brasília , André Clemente esteve com sua fiel escudeira, a pequena Gaya, uma Lulu da Pomerânia branca que costuma acompanhá-lo em diversas agendas. Segundo o conselheiro, a presença da pet reforça a necessidade do fortalecimento de políticas públicas em benefício dos animais de estimação.

“Depois da pandemia que assolou o mundo, eu me aproximei novamente dos pets como uma forma de até manter essa unidade mental, né? Naquele momento de muito trabalho, de grande isolamento. E de lá para cá, realmente, o relacionamento, a paixão pelos animais, por essa causa animal aumentou”, confirmou.

De tão convicto com a causa, Clemente chegou a adotar o Bento, um filhote sem raça definida e resgatado nas enchentes do Rio Grande do Sul. O conselheiro revelou que chegou a sonhar com o pequeno cachorrinho antes mesmo de conviver com ele no seu apartamento no Sudoeste.

“Uma noite antes, eu tinha sonhado com ele. Quando ele apareceu, aí eu reconheci. Falei do sonho e entrei em contato com a ONG, até que ele veio. Por meio do avião da FAB [Força Aérea Brasileira], ele chegou em Brasília e tem sido um presente pra mim. E isso já tem quase dois meses que ele é o quarto pet na minha casa”, emendou.

O conselheiro também afirmou que usará as prerrogativas do cargo para defender as políticas públicas em pro das causas animais, especialmente dos pets domésticos.

” O controle externo não trabalha só fiscalizando, só apontando o dedo, só multando. Tratando de processo, ele trabalha preventivamente também, concomitantemente. O que é isso? Uma política pública não está funcionando bem? Chamam-se os interlocutores, ouve-se a população, a sociedade civil organizada, vê o que é que falta para aquilo funcionar melhor e fazemos determinações, chamamos para uma mesa de consenso. Enfim, fazer conciliações, acordos, fiscalizações, determinações, se for preciso”, continuou.

André Clemente foi o relator do processo que identificou “falhas” na gestão da Organização Não Governamental (ONG) Salve a Si, comandada pelo ativista Henrique França, uma das, até então, mais respeitadas pelo trabalho de auxílio na recuperação de dependentes químicos. Contudo, o resultado apontou uma série de problemas, como o uso de pacientes, inclusive, para construção de bens pessoais de dirigentes, e não em prol da instituição.

“Vou falar em termos gerais para não entrar no caso específico do processo, porque como julgador e eu tenho que falar só nos autos. É muito importante a presença do Estado, auxiliar na gestão, na fiscalização, na prestação de contas. O Estado, e eu fui cobrador de impostos, secretário de fazenda durante alguns governos, e o Estado não pode ficar longe muito tempo, tem que ficar perto, controlando, fiscalizando, ajudando, para que não aconteçam desvios… Essas situações muitas vezes não são nem por má fé, não são para serem dolosas. É simplesmente por uma questão de gestão, de desorganização. Essas entidades prestam um grande serviço à população do Distrito Federal e auxiliam o Estado no atendimento de crianças, de idosos, de pessoas com deficiência, de dependentes químicos. Então, tem que ter um cuidado especial com essas entidades”, disse.

Durante a entrevista, o vice-presidente do TCDF também fez uma avaliação dos sucessores na Secretaria de Economia, opinou sobre posicionamentos administrativos e ainda recordou sobre um dos momentos de maior acerto enquanto ocupou cargos públicos na estrutura do Distrito Federal

“O fato de ter acreditado em uma campanha eleitoral, num governo que não tinha chance nenhuma, que ninguém esperava e, de repente, você virar aquela chave, você ver que realmente era a melhor proposta e que deu certo… As entregas que foram feitas no momento de grave pandemia no Distrito Federal. Nos piores momentos de Brasília, nós tivemos os melhores resultados. Então, isso, para mim, é muito gratificante: ter contribuído para este governo dessa forma. Ou seja: ter feito aquilo que eu tinha a obrigação de fazer”, finalizou.

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Fonte: Nacional

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PF cumpre mandado em Cuiabá sobre venda de sentença no Judiciário

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Por Fabio Serapião

Da folhapress Brasilia

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta (24), mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre venda de sentenças que envolve cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.

Cinco desembargadores foram afastados dos cargos. Além das buscas, também há medidas como proibição de acesso às dependências de órgão público, vedação de comunicação entre investigados e uso de tornozeleira eletrônica.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na manhã desta quinta-feira (24), em um condomínio de luxo em Cuiabá,

O alvo seria um lobista e as investigações apontam para a ligação com morte do advogado Roberto Zampieri.

A ação foi batizada de Ultima Ratio e investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.

Os mandados de busca foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A investigação sobre a comercialização de sentença teve apoio da Receita e é um desdobramento da operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.

Na primeira fase, a investigação tinha como foco a suposta participação de integrantes do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul em uma organização criminosa.

O nome da operação teve como origem a descoberta de que a aquisição de direitos de exploração de mineração em determinadas áreas eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do esquema.

Esse não é o único caso relacionado a venda de sentença judicial em investigação no âmbito do STJ.

Um ministro do próprio tribunal está na mira da PF sob suspeita de venda de sentença.

CASO ZAMPIERI – As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso.

O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com dez tiros em dezembro passado.

Na ocasião, ele estava dentro do carro, em frente ao seu escritório em Cuiabá.

Em seu celular, havia mensagens que levantaram suspeitas de vendas de decisões por gabinetes de quatro ministros do STJ.

As investigações iniciais apontavam como uma das motivações processos de disputas de terras que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Outro caso de venda de sentenças ainda em andamento é no Tribunal de Justiça da Bahia.

Lá, a operação Faroeste se transformou no maior caso de venda de decisões judiciais do Brasil.

Nos últimos meses, duas desembargadores baianas se tornaram rés (uma delas pela segunda vez) no âmbito da operação, juízes do sul do estado foram afastados sob suspeita de irregularidades em questão fundiária e um magistrado da região oeste disse sofrer ameaças por julgar casos relacionados a grilagem.

No início de julho passado, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu fazer uma investigação diante de nova suspeita de irregularidades no tribunal, com convocação de testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos.

Ao mesmo tempo, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou uma apuração profunda sobre o tribunal, em decorrência de “gravíssimos achados”.

Entre eles, estão problemas na vara de Salvador encarregada de analisar casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há relatos de atrasos dos juízes em audiências, ineficiência e servidores da vara com temor de represálias de magistrados.

Cuiabá é uma das cidades alvo da Operação Ultima Ratio, que investiga supostos crimes de vendas de sentença, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (24), no estado vizinho.

Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.

A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.

 

 

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