O governo de Javier Milei, novo presidente da Argentina que se define como um “ultraliberal”, pressiona o Congresso pela aprovação do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) modifica ou revoga mais de 350 normas legais do país com o objetivo de desregular a economia.
Manuel Adorni, porta-voz do governo, disse por meio de um comunicado que os deputados e senadores terão que escolher entre “apoiar o que o povo votou” e buscar uma Argentina “sem o peso do Estado”, ou continuar obstruindo as mudanças propostas pelo governo. “Apelamos à boa vontade e que estejam à altura da situação no contexto de urgência em que todos os argentinos estão imersos”, disse Adorni.
Embora esteja em vigor, o “decretaço” precisa ser avaliado pelo Congresso para se manter válido, e o Libertad Avanza, partido do presidente, [e minoritário no Congresso, com 39 dos 257 deputados, e 7 dos 72 senadores. Caso a comissão se oponha, a decisão final é tomada pelos plenários de ambas as Casas Legislativas, que votam separadamente.
Atualmente, Argentina vive uma das piores crises econômicas de sua história recente, com 40% na pobreza enquanto a inflação ultrapassa 140% ao ano. A “receita” do governo Milei para lidar com a economia é a desregulação econômica elevada ao máximo, paralelamente a grandes cortes nos gastos públicos.
O DNU desregulamentou o serviço de internet via satélite, a medicina privada e o mercado de trabalho, além de ter revogado diversas leis e prever a conversão de empresas estatais em sociedades anônimas para facilitar sua privatização. As medidas geraram protestos pelo país, com panelaços espontâneos na quinta-feira (21) e outros protestos convocados e realizados ao longo da última semana.
Também houve reação através do Poder Judiciário, quando o Tribunal Nacional de Contencioso Administrativo Federal N° 2 aceitou um processo que pede a nulidade do decreto. Pressionado, Milei convocar sessões extraordinárias desde esta terça (26) até o último dia do ano.
Apesar de não ter maioria no Congresso, de estar enfrentando protestos populares e uma ação na Justiça, Milei não abaixou o tom e promete que este pacote de desregulação econômica é apenas o começo, alegando que “vem mais por aí” enquanto afirma que as pessoas insatisfeitas têm “síndrome de Estocolmo”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.