Moradores do Distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá, receberam nesta sexta-feira (10) o Mutirão de Cidadania e o Ônibus Lilás – projetos desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), por meio das secretarias adjuntas de Programa e Projetos Especiais e Atenção à Família (SAPPEAF), Direitos Humanos, Assuntos Comunitários e do Procon. As atividades fazem parte da programação do mês da mulher.
Durante o mutirão é feito o cadastramento de pessoas em situação de vulnerabilidade social, com renda de até R$ 105,00 por pessoa, para ser beneficiadas com o programa SER Família.
A equipe técnica do programa SER Família orientou as famílias sobre o recadastramento do Cadastro Único (CadÚnico); a equipe da Tecnologia e Informação da Setasc ensinou sobre a emissão da Carteira de Identificação do Autista (CIA) pelo aplicativo MT Cidadão, enquanto o Procon explanou sobre os direitos da mulher consumidora e provedora do lar e os técnicos do projeto Ônibus Lilás deram palestra e ofereceram atendimento psicoassistencial individualizado, com o objetivo de prevenir a violência doméstica.
De acordo com a secretária interina da Setasc, Grasielle Bugalho, essas ações durante o mês de março são idealizadas pela primeira-dama Virginia Mendes.
“Estamos orientando a população a respeito do Ser Família, e esclarecendo sobre a atualização do CadÚnico, além da orientação às mulheres com relação à violência, quais órgãos de proteção e de defesa de seus direitos elas precisam procurar, e orientações relacionadas à saúde. É uma ação que traz cidadania para a população”, afirmou.
O presidente da Associação dos Moradores do Coxipó do Ouro (AMCO), Thiago Pedroso, exaltou que o trabalho do Governo de Mato Grosso está fazendo um excelente trabalho.
“Trazer os serviços públicos do Estado facilita a vida de muita gente, pois aqui moram mais de 4 mil pessoas nas comunidades de Arraial dos Freitas, Rio dos Peixes, São Jerônimo, Rio do Médico, Jurumirim, Ponte Ferro, Terra Santa, Buritizal, Barreiro Branco, Recanto Seriema, Recanto Tranquilo e Maria Hipólito” informou.
A conselheira da Associação de Moradores, Rosa Maria Ribeiro dos Santos, afirmou que o mutirão vai ajudar os moradores a realizarem serviços, sem precisar se deslocar para Cuiabá.
“Isso é muito bom para todos aqui no distrito. Um dos serviços que está sendo mais procurado é o cadastramento para o programa SER Família, que vai ajudar muitas famílias da nossa comunidade”, disse.
A moradora Débora Rodrigues procurou o mutirão para realizar o cadastramento no programa SER Família e fazer o exame oftalmológico gratuito.
“A iniciativa do governo é excelente, porque aqui é uma comunidade em que a maioria não tem meio de transporte. É difícil à cidade. Tem o tempo gasto, a passagem do ônibus, então esse evento aqui na comunidade é melhor”, contou.
Marielle Fátima de Amorim e a filha Ana Luiza, de 4 anos, também foram atendidas no mutirão.
“Gostei muito do atendimento e aproveitei para plastificar documentos e tirar foto da minha filha. Acho legal virem aqui e trazer os serviços, sem precisar da gente ir para o centro da capital”, disse.
O mutirão segue até o dia 17 de março e é voltado para os moradores de Cuiabá. Entre a próxima segunda-feira (13.03) e sexta-feira (17.03), será realizado nos seguintes locais de Cuiabá: Ganha tempo do CPA I; Ganha Tempo da Praça Ipiranga, na Escola Estadual Mário de Castro, no Bairro Pedra 90, e na Igreja Católica São José, no Bairro 1º de Março, sempre das 8h às 17h.
Quem mora no interior do Estado deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social municipal (CRAS) ou a Secretaria de Assistência Social do município para fazer o cadastramento ou o recadastramento no CadÚnico e ter acesso aos programas sociais.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.