A exposição “De Geração em Geração – tocando viola de cocho” cataloga e propaga saberes sobre o instrumento que é símbolo da cultura mato-grossense e patrimônio imaterial brasileiro. Instalada no Museu da Viola de Cocho, que fica no Distrito de Varginha, em Santo Antônio de Leverger, a mostra foi viabilizada por edital da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
O Museu está ativo aos fundos da residência e ateliê do artesão e Mestre da Cultura Alcides Ribeiro. Junto com a família, ele zela para preservar e difundir o saber tradicional sobre a viola de cocho.
“Abrimos o Museu há dois anos, mas faltava organizar e catalogar o acervo, definir projeto expográfico e promover o lançamento. Agora, com a exposição pronta, oportunizamos que a população local e turistas conheça a história da viola e de quem a produz, multiplicando os saberes”, explica o artesão.
Filho do também artesão e Mestre Caetano Ribeiro, Alcides faz parte da quarta geração de fazedores da viola de cocho. O contexto motivou o nome da exposição “de geração em geração”, que guarda alguns registros e conhecimentos salvaguardados ao longo dos anos.
Além de apresentar variados modelos do instrumento mato-grossense, a exposição revela as etapas de sua confecção, que vão desde a obtenção do tronco da madeira, o entalhamento ao acabamento. O visitante ainda poderá comparar as diferenças nos moldes da viola de cocho por artesão, região e período.
“Cada artesão desenvolve a viola a seu modo e isso também é percebido de acordo com a região. Meu pai, por exemplo, não usava muito metro, era tudo no olho. Já eu meço tudo. Todos os modos de fazer são valiosos”, destacou Alcides. O artesão, inclusive, informa que aceita doações de violas de cocho para exposição no Museu.
O espaço abriga também objetos feitos em materiais semelhantes ao da viola de cocho, como a canoa de cocho, a gamela, o balaio ou jaca, além de outros artesanatos, como mocho de siriri, ganzá e souvenirs.
A visita ao público é gratuita e pode ser feita de terça-feira a domingo, em horário comercial. Para grupos e escolas, é necessário agendamento prévio pelo telefone 65 9959-6366, e, nesse caso, é sugerida uma ajuda simbólica para custear as atividades do atendimento.
“O Museu da Viola de Cocho é um ponto de cultura que abriga uma linda história do Mestre Alcides Ribeiro e da sua família. E, para nós da Secel, é uma satisfação contribuir desde a implantação do Museu ao lançamento da exposição. Esperamos que a população possa conhecer esse importante espaço de celebração da viola de cocho e da nossa cultura”, ressaltou o secretário adjunto de Cultura da Secel, Jan Moura.
A viola de cocho
Reconhecida pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial brasileiro, a viola de cocho é mais que um instrumento musical, é um símbolo da identidade cultural de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, presente nas manifestações tradicionais muito antes da divisão dos dois Estados.
O nome vem da técnica de fabricação, similar à feitura de um cocho, recipiente usado para colocar alimentos para animais: ambos são talhados a partir de um pedaço de madeira maciça. O pequeno cocho é “cavado” até formar a caixa de ressonância do instrumento, que depois recebe tampo, cavalete, espelho, rastilho e cravelhas.
Para sua fabricação, são usadas as madeiras ximbuva, sarã de leite ou cedro rosa, todas nativas da região. De acordo com Alcides Ribeiro, a maioria utilizada é madeira de reaproveitamento, que são doadas ao artesão após a queda acidental ou inevitável da árvore.
Originalmente, o encordoamento da viola era feito com cordas de tripa e uma revestida de metal, mas foram substituídas por fios de pesca.
Serviço
Exposição “De Geração em Geração – tocando viola de cocho” Visitação: de terça a domingo, horário comercial Local: Museu da Viola de Cocho Endereço: R. Antônio Romão – Distrito de Varginha, Santo Antônio do Leverger Contato: 65 9959-6366 (Alcides Ribeiro)
O Poder Judiciário de Mato Grosso instala mais dois novos Pontos de Inclusão Digital (PIDs) no dia 20 de setembro, pertencentes à Comarca de São Félix do Araguaia. Os pontos passarão a funcionar nos municípios de Novo Santo Antônio e Luciara.
Os PIDs são escritórios de atendimento descentralizados que funcionam como uma extensão do Fórum da Comarca, oferecendo os principais serviços de atendimento judiciário por meio da tecnologia, tais como participação de audiências por videoconferência, consulta processual, contato com servidores etc.
Com o serviço inclusivo, a população deixa de precisar percorrer vários quilômetros e gastar recursos para ter acesso ao Poder Judiciário, que passa a ser acessível em seu próprio município com instituições parceiras.