Connect with us

BRASIL

Museu Nacional integra estudo sobre 73 unidades de história natural

Publicado

em

O paleontólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é um dos cientistas que realizaram estudo sobre as coleções de 73 museus de história natural de todo o mundo.

O levantamento das coleções mundiais de história natural foi publicado, na última quarta-feira (22), na revista internacional Science. Outros dois pesquisadores do Museu Nacional participaram do trabalho: a diretora adjunta de coleções, Cristiana Serejo, do Departamento de Invertebrados, e o chefe do Departamento de Vertebrados, Paulo Passos.

O estudo registrou informações sobre 1,1 bilhão de peças reunidas por 4,5 mil pesquisadores e mais de 4 mil voluntários. Os dados iniciais referentes à Global Collections podem ser acessados na plataforma Zenodo.

O trabalho foi organizado pelo paleontólogo Kirk Johnson, do Smithsonian National Museum of Natural History, e pelo ornitólogo Ian Owens, da Cornell University, com financiamento do Smithsonian Museum, do Museu de História Natural de Londres e do Museu Americano de História Natural.

Em entrevista à Agência Brasil, Alexander Kellner informou que, antes de o Museu Nacional sofrer o incêndio que quase o destruiu totalmente, em 2018, já havia a ideia de se fazer um grande catálogo de história natural em nível mundial. “Porque nós temos muita informação e essa informação, às vezes, fica perdida. Às vezes, também, eu tenho uma informação que outro museu está precisando e ele não sabe que eu tenho”. Destacou ainda que há problemas que afetam todos os museus no planeta, como a questão da preservação dos ambientes e a biodiversidade.

Linguagem comum

Ele acentuou que, muitas vezes, políticas públicas podem funcionar para uma região, mas não para outras. “E se você quer fazer uma coisa mais geral, tem que entender exatamente como está a questão da informação sobre biodiversidade em todos os países, em todas as regiões”, disse.

Capitaneados por Kirk Johnson, os cientistas pretendiam reunir os principais museus de história natural no mundo, visando ter dados gerais que possam ser utilizados por todos.

O levantamento das informações não é tarefa simples, porque é necessário ter uma linguagem comum, explicou Kellner. “Tem todo um trabalho de refinamento que envolveu bastante tempo entre as instituições para que a gente pudesse falar a mesma língua. Isso foi alcançado agora”, garantiu.

O diretor do Museu Nacional comentou que a iniciativa não termina em si mesma, mas marca o início da tarefa e deve servir de inspiração para que se possa avançar e envolver ainda mais museus pelo mundo. No levantamento, há predominância dos museus europeus, em detrimento dos museus da América do Sul e da África, por exemplo. “Isso tem que mudar”, opinou.

A maioria das instituições encontra-se no hemisfério norte, na Europa e nos Estados Unidos, como  importantes museus e centros de pesquisa no Brasil, México e Austrália, principalmente. Os contatos com o Museu Nacional foram feitos em torno de 2017, mas o grupo internacional de cientistas já estava trabalhando desde 2016.

Dever de casa

Kellner disse que, no caso do Museu Nacional, a ideia é fazer o seu próprio dever de casa, uma vez que as informações disponíveis da instituição não eram as mais completas. “Foi um aprendizado para a gente”, disse.

O próximo passo será a digitalização das coleções para  disponibilizar os dados. O diretor está em busca de financiamento para a tarefa. Ele dispõe de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), mas garantiu que está procurando mais verbas para expandir a tarefa.

“Como a gente atrai outros parceiros? É mostrando o que a gente faz, convidando-os a participar e tentando, de alguma forma, prestar auxílio para que eles possam também fazer esse trabalho. É preciso entender que muitos museus, lamentavelmente, não têm nem gerente de coleções. Há uma conscientização de que esse trabalho ajuda nessa linha e a gente tem que promover no nosso país e nas demais nações em desenvolvimento. É necessário cuidar das coleções que temos. Isso é fundamental e requer recursos”, assegurou. A segunda etapa do estudo já começou e consiste em detalhar mais os dados compilados, atuando também na digitalização das coleções.

Riscos

As coleções de história natural correm inúmeros riscos. Por isso, os pesquisadores sentiram a necessidade de digitalizar e reunir informações sobre importantes instituições em uma plataforma de dados universal.

Na Global Collections, eles listaram alguns dos riscos que os museus e seus acervos têm sofrido, entre os quais os incêndios que destruíram parte do acervo do Museu Nacional do Rio e em Nova Délhi, na Índia, e o míssil que atingiu o Herbário Nacional da Ucrânia, em outubro do ano passado. Os pesquisadores citaram também a falta de investimentos em infraestrutura e pesquisa como uma ameaça aos itens expostos.

Apesar do número significativo de objetos reunidos nas coleções, elas representam apenas 16% do total, pois esse percentual é o que está digitalizado pelos museus. As peças utilizadas no estudo publicado na revista Science foram divididas em 19 tipos de coleções, como botânica, entomologia e antropologia e por 16 regiões geográficas, sendo nove terrestres e sete marinhas. Os pesquisadores disseram, também, que poucas ações foram realizadas nas regiões mais remotas do planeta, sendo 3% no Ártico e 6% na Antártida, esta última estudada também por técnicos do Museu Nacional. A lista completa das instituições e autores participantes pode ser encontrada aqui.

Kellner viajou para a Alemanha, onde participará de reuniões para avançar nos trabalhos de recuperação do Museu Nacional do Rio, iniciados nos últimos anos.

Fonte: EBC GERAL

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

BRASIL

Nova pesquisa mostra PP na liderança na OAB-MT; Gisela despenca e Xênia cresce

Publicado

em

Por

Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.

Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.

Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.

Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.

O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.

O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.

 

Fonte: OAB MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora