O ex-presidente uruguaio José Mujica declarou que a radioterapia contra o câncer de esôfago diagnosticado em maio foi considerada um sucesso, mas ele se sente ” destruído ” e “perdendo” a vida, segundo declarações ao jornal americano The New York Times publicadas nesta sexta-feira (23).
“Fizeram um tratamento com radiologia em mim. De acordo com os médicos, correu tudo bem, mas eu estou destruído”, disse o ex-mandatário de 89 anos, ao ser perguntado sobre sua saúde.
“A vida é linda. Com todas as suas aventuras, eu amo a vida. E a estou perdendo porque estou na hora de partir”, acrescentou.
O ex-presidente, um ex-guerrilheiro que governou o Uruguai de 2010 a 2015 e continua sendo uma figura influente na política nacional e na esquerda latino-americana, falou de sua modesta fazenda nos arredores de Montevidéu, onde se recupera das sessões de radioterapia a que foi submetido até meados de junho.
“Filósofo sem papas na língua”
Na entrevista, na qual o Times o apresenta como um “filósofo sem papas na língua”, Mujica não poupou suas críticas à sociedade do consumo.
“A humanidade precisa trabalhar menos e ter mais tempo livre e ser mais sóbria. Para que tanto lixo? Por que trocar de carro? Trocar de geladeira?”, expressou.
“Porque a vida é uma só e vai embora. É preciso dar sentido à vida. É preciso lutar pela felicidade humana. Não só pela riqueza”, refletiu.
Ele também destacou seu apreço pela natureza, e embora afirme não acreditar em Deus, disse respeitar muito quem acredita. “É como um consolo diante da ideia da morte”, declarou.
Questionado sobre como gostaria de ser lembrado, foi enfático: “como o que sou: um velho louco” que tem “a magia da palavra”.
Mujica, que pegou em armas sob governos democráticos nas décadas de 1960 e 1970 e esteve preso durante 13 anos, a maior parte durante a ditadura civil-militar (1973-1985) e em condições difíceis, está se recuperando da doença junto de sua esposa, Lucía Topolansky, ex-guerrilheira que se tornou vice-presidente do Uruguai (2017-2020).
Em uma nota intitulada “A história de amor de dois rebeldes que chegaram a liderar o Uruguai”, que o Times publicou junto com a entrevista, o ex-presidente fala sobre sua companheira.
“O amor tem idades. Quando você é jovem, é uma fogueira. Quando é velho, é um doce costume. Se estou vivo é porque ela [também] está”, completou Mujica.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.