Mato Grosso abateu 6,1 milhões de bovinos em 2023, o que representa um aumento de 14,4% em relação a 2022, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), órgão responsável pela certificação sanitária de origem que garante a competitividade para o setor agropecuário e a qualidade da carne produzida no Estado.
A pecuária de corte é uma das principais atividades econômicas de Mato Grosso, o que coloca o estado como líder nacional no segmento, com o maior rebanho bovino do Brasil, de 34,4 milhões de cabeças.
Com a larga escala de produção, o abate também tem crescido nos últimos anos. Em 2021, foram abatidas 5,13 cabeças de gado e, no ano seguinte, 5,33 milhões.
O secretário-adjunto de Investimentos e Agronegócio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Anderson Lombardi, afirmou que o setor voltou a reerguer com a ajuda do Estado após a pandemia.
“O Governo do Estado colocou a mão para ajudar o setor gerando aumento de produção, consequentemente um aumento de valores agregados nos produtos primários, empregos e renda. O setor passou por dificuldades as quais foram agravadas na pandemia, época em que a comercialização ficou travada. Diante disso, o Estado melhorou os benefícios fiscais da indústria para estimular a recuperação”, destacou. Foto: Christiano Antonucci/ Secom-MT
Cáceres é o Estado que mais produz bovinos para o abate. Das mais de 6 milhões abatidas no ano passado, 244,7 mil são do município.
No ranking dos 10 maiores produtores de carne de corte, aparecem seguido de Cáceres: Tangará da Serra, com 236,3 mil cabeças; Vila Bela da Santíssima Trindade, 222,9 mil; Pontes e Lacerda, 185,3 mil; Brasnorte, 153,7 mil; Juara, 153,4 mil; Alta Floresta, 134 mil; Colíder, 133,7 mil, e Campo Novo do Parecis, 130,8 mil.
O cumprimento das exigências sanitárias pelos estabelecimentos rurais é acompanhado e exigido pelo Indea, que emite a Guia de Transito Animal (GTA), documento obrigatório para a movimentação de animais, inclusive para abate.
O coordenador de Defesa Sanitária Animal do Indea, João Marcelo Néspoli, explicou que a certificação sanitária é condição fundamental para atingir os mercados mais exigentes e Mato Grosso é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) com risco insignificante para Doença da Vaca louca, livre de febre com vacinação e a caminho do reconhecimento internacional de livre sem vacinação em 2025.
“As nossas Unidades Veterinárias presentes em todos os municípios, exceto São Pedro da Cipa, certificam a não ocorrência destas doenças e outras exóticas e de notificação obrigatória listadas pela OMSA. Além disso estão em faze de controle outras doenças dos bovinos como brucelose, tuberculose e raiva”, pontuou.
Processamento de couro
Mato Grosso também é o estado que recebe peças de couro cru para processamento em relação a outros estados, sendo responsável por 18,0% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (12,6%) e São Paulo (11,2%), de acordo com informações divulgadas em dezembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.