O MT Hemocentro, unidade especializada e administrada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), atua como referência para o tratamento da doença falciforme pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso.
Somente entre os meses de janeiro e setembro de 2024, o ambulatório da unidade prestou cerca de 2 mil atendimentos para pacientes com a doença. Atualmente, 950 pacientes com essa condição são acompanhados e tratados no local.
No Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme (27.10), a diretora do MT Hemocentro, Gian Carla Zanela, explica que o MT Hemocentro é uma referência no tratamento de doenças do sangue, como é o caso da doença falciforme.
“Temos muito orgulho em dizer que o MT Hemocentro é a referência estadual para o tratamento da doença falciforme e outras hemoglobinopatias. O trabalho realizado pelas equipes do ambulatório é individualizado, sendo que atualmente atendemos a mais de 900 pacientes com essa condição”, diz.
A doença falciforme é uma doença genética e hereditária, que causa uma mutação no gene responsável pela produção da hemoglobina. Em pacientes com essa condição, os glóbulos vermelhos adquirem um formato anormal, que se assemelha ao de uma foice. Os sintomas incluem crises de dor, icterícia (coloração amarelada ou alaranjada da pele e do branco dos olhos), palidez, fadiga, infecções, acidente vascular encefálico, ulcerações, complicações renais e oculares.
O diagnóstico é feito principalmente por meio do Teste do Pezinho, exame realizado entre o terceiro e quinto dia de vida do bebê. O exame de eletroforese de hemoglobina é realizado em jovens e adultos para a detecção da doença.
A médica do MT Hemocentro, Giane Guimarães, reforça a importância das doações de sangue para o tratamento de pacientes com doença falciforme na unidade.
“A partir dos exames, saberemos o que fazer em relação à transfusão, que é realizada com bolsas específicas, e as demais condutas. Temos pacientes que precisam de transfusão mensal ou quinzenal, por isso a importância da doação de sangue, para que a gente possa manter nosso estoque seguro”, esclarece.
Já a secretária adjunta de Unidades Especializadas da SES, Caroline Dobes, relembrou que, no início deste mês, a SES promoveu uma capacitação voltada para a otimização do atendimento aos pacientes com a doença falciforme.
“Cuidar de assuntos tão delicados como a doença falciforme é primordial para a Saúde Pública. Profissionais bem preparados podem transformar vidas e é essencial que haja a integração dos serviços para um atendimento completo ao paciente. Trabalhamos em conjunto e promovemos capacitações para oferecer um serviço de excelência”, conclui.
Serviço
A sede MT Hemocentro está localizada na Rua 13 de Junho, nº 1055, em Cuiabá. Para realizar o agendamento da doação de sangue, basta acessar este link. O voluntário também pode agendar a doação pelo telefone (65) 98433-0624 (WhatsApp, somente mensagem) ou pelo número (65) 3623-0044, ramais 211 e 221.
O banco de sangue funciona regularmente de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e fornece o atestado de comparecimento ao doador. Para quem compareceu e, por algum motivo, não pôde doar, a unidade fornece um comprovante de comparecimento para justificar a falta no trabalho.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.