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BRASIL

Mostra revela influência da arte povera na cultura brasileira

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A Casa França Brasil, localizada na região central do Rio de Janeiro, abre neste sábado (22), às 16h, a exposição O Real Transfigurado – Diálogos com a Arte Povera – Coleção Sattamini/MAC-Niterói. A mostra é gratuita e ficará aberta à visitação pública até o dia 17 de setembro, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Às quartas-feiras, há atendimento exclusivo para pessoas com deficiência intelectual e mental, das 10h às 11h. A exposição chama a atenção para a influência da arte povera na produção artística brasileira.

A arte povera (arte pobre) é um movimento que nasceu na Itália, no fim da década de 1960, e que buscava uma relação mais vivencial com a arte, ao mesmo tempo que expunha a objetificação da obra de arte como uma coisa puramente comercial.

Da mesma forma que ocorreu com a arte pop, que surgiu na Europa e teve grande presença nos Estados Unidos, e o conceitualismo, iniciado na Europa na mesma época, a arte povera é um movimento italiano que vai também na direção de questionar a obra de arte como um produto meramente comercial, disse à Agência Brasil um dos curadores da exposição, Rafael Fortes Peixoto.

“Os artistas daquela época começaram a produzir obras que subvertiam a lógica estritamente comercial”, explicou Peixoto. Havia uma provocação por uma expressão artística mais pulsante, contra uma ideia de objeto artístico estático. Por isso, os artistas usavam materiais do cotidiano considerados não nobres, como matérias orgânicas, produtos perecíveis e animais vivos, caso da icônica obra Pappagallo, feita por Jannis Kounellis em 1967, e que apresentava um papagaio comendo ração no seu poleiro. Havia uma provocação tanto sobre o que era ser artista, como do papel da arte na sociedade de consumo.

No Brasil

Segundo Rafael Peixoto, no Brasil, o movimento provocou rupturas importantes no conceito da obra de arte tradicional que processaram transformações nas décadas seguintes, possibilitando, por exemplo, o desenvolvimento das performances, da videoarte, das instalações, e abrindo caminhos que continuam até na arte contemporânea.

No Brasil, nas décadas de 1960 e 1970, o cenário era conturbado por conta da ditadura militar, e os artistas, ou se exilavam, ou permaneciam no país e enfrentavam um quadro de forte censura, repressão e violência. Peixoto destacou que as obras elaboradas naquela época no país traziam a marca da denúncia e exerciam o papel de resistência democrática, ao contrário das artes pop e conceitual cuja crítica, na Europa e Estados Unidos, visava a sociedade de consumo. A questão da povera foi assimilada pelos artistas de modo peculiar, abordando a questão política e social.

Um dos artistas influenciados pela arte povera no Brasil foi o português radicado no país Artur Barrio, que realizou trabalhos de grande impacto com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata.

Um exemplo são as Trouxas Ensanguentadas, espalhadas pela cidade e que faziam alusão à época da ditadura. “Barrio é um dos artistas mais significativos e tem influência muito forte da arte povera”, afirmou Peixoto.

Ele lamentou que a arte povera não seja muito estudada ainda pela crítica no Brasil e ressaltou que a exposição busca “acender uma centelha” para que o tema volte à tona no país e seja conhecido pelo grande público e, também, no ambiente artístico.

Reflexão

A exposição, que tem patrocínio da Petrobras, apresenta ao público 36 obras de 33 artistas, feitas com diferentes técnicas, formatos e materiais. De acordo com o curador, a intenção é fazer o público refletir sobre o que é arte. Além de apresentar obras de artistas diretamente vinculados a esse movimento durante o período da ditadura militar, a exposição traz outros nomes, já dos anos de 1980 e 1990, mas que dialogam à distância, com essas questões.

As obras que compõem a mostra pertencem à Coleção João Sattamini, em comodato com o Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói) desde 1991. Entre os 33 artistas selecionados para a exposição estão Antonio Dias, Cildo Meireles, Anna Bella Geiger, Ernesto Neto, Frans Krajcberg, Artur Barrio, Tunga, Nelson Felix, Iole de Freitas, Antonio Manuel e Nazareth Pacheco.

Esta é a segunda de três exposições da série Paisagens Fluminenses programada para este ano. Contemplada na chamada do Programa Petrobras Cultural Múltiplas Expressões, a série conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é revitalizar a Casa França Brasil como importante espaço de cultura e de valorização da produção artística brasileira.

Rafael Peixoto lembrou que a primeira exposição da série, Navegar é Preciso – Paisagens Fluminenses, ficou ambientada na Casa França-Brasil até o dia 9 de julho, e reuniu 3,6 mil pessoas apenas no dia de abertura. “Isso mostra que a arte está presente na vida das pessoas”, afirmou.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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