Paul Auster, autor americano de romances, poemas e filmes lançados no cenário literário internacional, conhecido por sua “Trilogia de Nova York”, morreu aos 77 anos na noite de terça-feira (30) de complicações de um câncer de pulmão.
O escritor morreu em sua casa no Brooklyn, Nova York (Estados Unidos), disse Jacki Lyden em um e-mail à AFP, após informar o New York Times.
“Paul faleceu esta noite, em casa, rodeado pelos seus entes queridos”, incluindo a sua esposa Siri Hustvedt e a sua filha Sophie Auster, escreveu Lyden na terça-feira.
Ele ficou famoso por seus romances obscuros e existencialistas sobre escritores solitários, forasteiros e desajustados. As suas obras tiveram enorme sucesso, especialmente na Europa.
O autor com seu olhar expressivo e comovente tornou-se cult nas décadas de 1980 e 1990 com sua “Trilogia de Nova York” e seu filme “Smoke” sobre almas perdidas frequentando uma tabacaria no Brooklyn.
Sua esposa, que também é escritora, anunciou no ano passado que ele sofria de câncer. No final de agosto, num longo e comovente post no Instagram, acompanhado de fotos do jovem casal, ela indicou que Paul Auster não estava fora de perigo, depois de ter anunciado seis meses antes, na mesma rede social, o casamento com o marido. O câncer era tratado em Nova York.
“Ainda não passamos pela placa “Você está saindo de Cancerland” que marca a fronteira do país”, disse ela.
Comparando o destino do marido com o das “crianças doentes”, ela estimou que “Paul (tinha) muitos anos atrás dele, sua infância, sua juventude, sua idade adulta”.
Reflexões e pretensões
Nascido em 1947 no estado de Nova Jersey, Paul Auster tornou-se um ícone literário nova-iorquino. Autor de cerca de trinta livros, foi traduzido para mais de 40 idiomas.
Vários de seus romances exploram o tema do acaso e das coincidências que mudam o destino de seus personagens.
Em “Cidade de Vidro”, “Revenants” e “The Hidden Room” que formam a “Trilogia”, seus personagens vão em busca de sua identidade como detetives no labirinto de Manhattan repleto de arranha-céus onde tudo são reflexos e falsos pretextos.
Este descendente de judeus Ashkenazi estudou literatura francesa, italiana e britânica na Universidade de Columbia, em Nova York.
Após os estudos, viveu em Paris de 1971 a 1975 e traduziu poetas franceses, mas teve de arranjar mais empregos antes de poder ganhar a vida com os seus livros.
A herança do pai, falecido em 1979, permitiu-lhe dedicar-se à escrita.
Reverenciado na França
Tornou-se conhecido em 1982 com “A Invenção da Solidão”, romance autobiográfico em que tenta compreender a personalidade de seu pai.
O romancista destacou-se no cenário internacional em 1987, principalmente na Europa, com sua “Trilogia de Nova York”, romance noir inspirado no gênero policial.
Também roteirista, Paul Auster contribuiu para o filme “Smoke” e sua sequência “Brooklyn Boogie”, dois filmes que dirigiu com Wayne Wang.
Seus outros trabalhos de sucesso incluem “Moon Palace”, “The Book of Illusions” e “Brooklyn Follies”.
Escritor venerado em França, que considera o seu “segundo país”, recebeu o Prémio Médici Estrangeiro por “Leviatã” em 1993.
Sua editora no país, Actes Sud, prestou-lhe homenagem nesta quarta-feira, evocando a “sorte” de tê-lo contado entre seus autores.
Na rede social
Democrata confesso, denunciou os anos Bush num dos seus livros.
Em abril de 2022, perdeu o filho Daniel Auster, 44, que teve com a escritora Lydia Davis, sua primeira esposa. Este último morreu de “overdose acidental” em Nova York, após ser acusado de homicídio culposo pela morte, no final de 2021, também por overdose, de sua filha Ruby, de apenas dez meses.
Apesar de ter sido diagnosticado com câncer no mesmo ano, concluiu um último livro com tom nostálgico, “Baumgartner”, um “livrinho terno e milagroso”, nas palavras de sua esposa Siri Hustvedt.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.