Uma nova etapa de revolta civil estourou em Gaza. Sem auxílio humanitário suficiente e suprimentos desviados pelas forças militares, a população local começou a invadir armazéns da Organização das Nações Unidas, saques que preocuparam ainda mais os defensores dos direitos humanos palestinos.
“Esse é um sinal preocupante que a ordem civil começa a desmoronar após três semanas de guerra e um forte cerco em Gaza. Pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas”, alerta Thomas White, diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
“This is a worrying sign that civil order is starting to break down after three weeks of war and a tight siege on #Gaza . People are scared, frustrated and desperate”. https://t.co/l05nWOZI3L
Em comunicado publicado no X (antigo Twitter), a organização afirmou que “a tensão e medo pioraram em razão do corte das linhas telefônicas e de internet. Eles (os palestinos) sentem que estão sozinhos, cortados de suas famílias”.
A capacidade de auxílio da organização foi prejudicada pelas ações de bombardeio, ataques que já mataram mais de 50 membros da ONU, deixaram os abrigos sob risco e também cortaram as linhas de suprimento, principalmente o caminho aberto via Egito. Em outro pronunciamento, a UNRWA avisou que as linhas de ajuda humanitária estavam destinadas a falhar.
O conflito, que já dura mais de 20 dias, já deixou mais de oito mil mortos e milhares feridos. Só na Palestina, mais de sete mil pessoas morreram, sendo a maioria crianças.
O agravamento ocorreu após os ataques aéreos feitos pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). Em comunicado, os militares israelenses afirmaram que “embaixo dos hospitais, escolas, mesquitas e lares em Gaza há um submundo terrível do terrorismo do Hamas. Para desmontar o Hamas, nós temos que desmontar os túneis subterrâneos deles”.
Em vídeo divulgado no X, os representantes da IDF exibem alguns dos túneis do Hamas.
Beneath the hospitals, schools, mosques, and homes in Gaza lies a horrific underworld of Hamas terrorism. In order to dismantle Hamas, we must dismantle their underground tunnels. pic.twitter.com/pHBUPUqzQR
Por sua vez, o governo israelense afirma que vai abrir mais caminhos humanitários, negando que haja falta de suprimentos, ou corte de linhas de comunicação, que, de acordo com eles, serão reestabelecidas gradualmente.