Connect with us

MATO GROSSO

Ministro do STF destaca iniciativas do Poder Judiciário de Mato Grosso em defesa do meio ambiente

Publicado

em

Conflitos socioambientais, Insegurança Jurídica e Desenvolvimento Sustentável foram debatidos pelo Poder Judiciário de Mato Grosso nessa terça-feira (22 de maio), durante o II Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas: Desenvolvimento e Sustentabilidade, realizado em Cuiabá. O juiz titular da Vara Especializada do Meio Ambiente e do Juizado Especial Volante Ambiente (Juvam), Rodrigo Curvo foi um dos debatedores do painel presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça.
 
O painel também teve a participação do procurador-geral de Contas do Ministério Público de Contas de Mato Grosso, Alisson Carvalho de Alencar e do procurador-geral do Ministério Público de Mato Grosso Deosdete Cruz Júnior. O evento foi realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), e reuniu autoridades de todo o Brasil com foco no debate sobre a preservação do meio ambiente e a criação de alternativas para a produção sustentável.
 
O ministro do STF, André Mendonça parabenizou o Poder Judiciário de Mato Grosso pelas iniciativas empreendidas no Estado para o tratamento de conflitos e a construção consensual sobre litígios envolvendo o meio ambiente.
 
“O Judiciário de Mato Grosso está de parabéns por buscar enxergar o que o papel não é capaz de enxergar. As soluções negociadas possibilitam uma série de benefícios e concessões conferidos sempre à luz da realidade, da boa vontade e da reciprocidade, pautadas no bom senso e no equilíbrio. Quem trabalha na área pública já recebeu comandos para cumprir determinada decisão, e por mais boa vontade que se tenha, fica a pergunta, como vou cumprir? Mas quando nós participamos da solução, nós não só nos sentimos corresponsáveis pelo conteúdo, mas também pela efetivação dos resultados, ao invés de sermos partes antagônicas, nós temos partes que se cooperam entre si, suprimem as dificuldades uns dos outros e criam condições para que, aquilo que antes era algo impensável de se fazer, seja viabilizado contemplando todas as partes”.
 
Durante o painel, o juiz Rodrigo Curvo destacou a atuação do ministro na condução da ‘pauta verde’ tratada pelo Supremo Tribunal Federal, que se debruça sobre causas relevantes ambientais e define marcos jurídico de relevância nacional. Em tom de lamento, o juiz Rodrigo Curvo traçou uma linha do tempo sobre o reconhecimento tardio feito pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que apenas no ano de 2021, reconheceu o direito ao meio ambiente limpo e saudável como direito fundamental da humanidade, ratificado em 2022 pela Assembleia Geral da ONU.
 
O magistrado destacou que, diferente do ritmo empregado por organismos internacionais, o Brasil segue como referência em temas relacionados à preservação do meio ambiente, e aproveitou para contextualizar os esforços empreendidos pelo Poder Judiciário de Mato Grosso para o fortalecimento da pauta ambiental no Estado e fora dele.
 
Em 1996, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso foi pioneiro na criação do primeiro juízo especializado em matéria ambiental do país, o Juizado Volante Ambiental. Com atuação em Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Várzea Grande e na bacia do Pantanal Mato-grossense, o Juvam também possui unidades nos municípios de Cáceres na fronteira do Brasil com a Bolívia, Barra do Garças na divisa com Goiás e Rondonópolis. A iniciativa foi vencedora do Prêmio Innovare no ano de 2004.
 
Em 2015, Mato Grosso foi novamente pioneiro na criação do primeiro Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) Ambiental do Brasil. Criado e coordenado pelo juiz Rodrigo Curvo, o Cejusc Ambiental está vinculado a Vara Especializada de Meio Ambiente e ao Juvam de Cuiabá.
 
“Com o passar do tempo identificamos que nem sempre a melhor resposta é a da força. A criação do Cejusc Ambiental teve origem com base na necessidade da resolução de conflitos com o uso de métodos autocompositivos, amparada por uma política pública judicial de métodos alternativos de solução de conflitos estabelecida pelo CNJ para fazer frente à enxurrada de demandas que aportam no Poder Judiciário. Estudamos a matéria e a possibilidade da criação do Cejusc como centros temáticos; apresentamos a proposta ao Tribunal de Justiça que acolheu e nos tornamos o primeiro Centro de resolução de conflitos ambiental do Brasil. Temos inúmeros casos emblemáticos, considerados “hard cases”, onde a presença de equipes especializadas fez a diferença na composição de soluções consensuais”.
 
Mato Grosso também ocupou acento no Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário, durante a gestão do ministro Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal. O convite ao juiz Rodrigo Curvo garantiu a participação de Mato Grosso na construção de diagnósticos de boas práticas e na implementação de projetos e iniciativas para a tutela do bioma da Amazônia Legal através da atuação do Poder Judiciário.
 
No contexto mundial da insegurança alimentar, a participação do Poder Judiciário em debates que envolvem a preservação ambiental e a produção sustentável assume o papel norteador para possíveis políticas de produção de alimento e o uso sustentável do meio ambiente. O crescente número de demandas judiciais geradas, principalmente pela vocação natural de Mato Grosso como produtor mundial de alimentos, tem exigido do sistema judiciário a busca por alternativas cada vez mais criativas e eficazes para a resolução de conflitos.
 
“Da mesma forma que a preservação do meio ambiente é um direito fundamental, o desenvolvimento econômico também está previsto na Constituição Federal, e nesse bojo, o papel do STF em matérias de preservação ambiental é tão importante quanto na matéria do desenvolvimento econômico. Assim, a contribuição do Supremo quando se pronuncia por meio de seus julgados, é no sentido de conceder e efetivar a segurança jurídica necessária para que o jurisdicionado brasileiro possa empreender”, definiu o magistrado.
 
#Paratodosverem Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição da imagem: Foto horizontal colorida com os integrantes do painel sentados. Eles estão em um palco. São cinco homens. O juiz Rodrigo Curvo é o quarto, sentado da esquerda para a direita na foto. Atrás deles está um telão com fundo verde e a logo do evento e uma onça pintada representada ao lado esquerdo da imagem.

 
Naiara Martins
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

Publicado

em

Por

A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora