O caso envolvendo Vini Júnior aconteceu em maio do ano passado e ganhou repercussão mundial. Na ocasião, o astro do Real Madrid paralisou um jogo do Campeonato Espanhol depois de ouvir gritos de “mono” (macaco) das arquibancadas. Apesar da ampla divulgação do episódio, o governo brasileiro se viu obrigado a tomar alguma atitude ao perceber que a história terminaria em “pizza”.
Em um telegrama, obtido via Lei de Acesso à Informação, o embaixador do Brasil na Espanha, Orlando Leite Ribeiro, lamentou ao Ministério das Relações Exteriores, de Brasília, a falta de mobilização do Ministério Público da Espanha, da Real Federação Espanhola de Futebol e da La Liga, responsável por organizar o campeonato.
“Infelizmente, em função do terremoto político atual e da aproximação do final do campeonato, o virtual desaparecimento do assunto na mídia espanhola não parece indicar solução célere da questão”, diz um trecho do telegrama, enviado no ano passado.
Pressão
Os casos de racismo contra Vinicius Júnior acontecem desde fim de 2022, quando o atacante passou a ser um dos melhores jogadores do elenco do Real Madrid. Em abril do ano seguinte, a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, e a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, conversaram sobre o tema durante uma reunião.
A pressão, porém, passou a ser maior após o episódio dos torcedores do Valencia. Desde então, o embaixador brasileiro e seus auxiliares passaram a se encontrar com vários representantes do poder da Espanha, como ministros, a presidente da Câmara de Deputados, congressistas de oposição, o Procurador Geral e diversas outras autoridades. As informações são do Ge.com .
Nos últimos meses, Orlando Ribeiro ainda se reuniu com o então presidente do Conselho Superior de Esporte (CSD, na sigla em espanhol) , José Manuel Franco, e com outros congressistas do Partido Popular (PP).
A pauta do encontro foi a mudança na lei espanhola, que ainda não tipifica racismo especificamente como crime — a condenação dos três homens foi por delitos contra a integridade moral com agravante de discriminação por motivos racistas.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.