Os militares que compunham o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) seguiram o ex-ministro Gonçalves Dias e afirmaram que orientaram os golpistas a descerem para o segundo andar do Palácio do Planalto para serem presos pela Polícia Militar. As declarações foram feitas em depoimento à Polícia Federal, divulgadas nesta quarta-feira (26).
Os ex-funcionários do GSI afirmaram que o contingente de militares no gabinete naquele dia era muito menor que o número de invasores no terceiro andar do Planalto e, por isso, não seria possível conduzir as prisões individualmente. Eles ainda admitiram uma falha no “plano de Escudo”, operação entre GSI e Polícia Militar do Distrito Federal para proteger o Palácio do Planalto.
Nos depoimentos, os militares negam terem participado dos atos golpistas e afirmaram que as imagens de câmera de segurança divulgadas nesta semana se tratava da retomada do Palácio do Planalto.
O major José Eduardo Natale, que aparece nas gravações oferecendo água aos manifestantes, afirmou que tentou ‘acalmar’ os manifestantes e que a entrega das bebidas seriam uma exigência dos golpistas. Ele admitiu que não estava armado no momento da invasão e que tinha medo de ser linchado caso ordenasse a prisão dos invasores.
“O declarante entregou algumas garrafas de água com o intuito de acalmá-los e que não danificasse a copa, e ainda solicitou que saíssem do local; o declarante encontrava-se sozinho até o momento, sem nenhum agente público por aproximadamente 1 hora”, disse.
Já o coronel Wanderli Batista da Silva Júnior disse que as prisões só poderiam ter sido realizadas com maior efetivo de agentes públicos no Planalto. No momento da gravação, segundo ele, não haveria segurança aos militares para a realização das detenções.
As declarações foram corroboradas pelo coronel André Luiz Garcia Furtado, que lembrou da prioridade de retirar os manifestantes do quarto andar do Planalto. A região abriga as salas da Casa Civil, ministério-chave de Lula.
Furtado ressaltou que os golpistas apresentaram comportamento “colaborativo” e não houve necessidade de uso de força no momento. Ele ainda confirmou que as prisões aconteceram após a determinação de GDias.
Informações imprecisas
Nos depoimentos, os militares informaram que não havia informações sobre o tamanho das manifestações de 8 de janeiro. Eles afirmaram que a previsão inicial era da participação de 2 mil pessoas pacificamente.
Os militares ainda relataram ‘estranheza’ com a falta de reuniões entre o GSI e a Polícia Militar do DF sobre os atos. Nos depoimentos, o ex-funcionários do GSI informaram que eram rotineiras ações conjuntas em grandes manifestações.
“Houve uma quebra de rotina quanto aos procedimentos prévios às manifestações por parte dos órgãos de segurança no DF, uma vez que era rotineira era a realização de uma reunião prévia para tratar das ações dos órgãos envolvidos”, afirmou Alex Marcos Barbosa Santos, responsável pelo Departamento de Segurança da Presidência da República.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.