Se o viver fosse um grande sonho no qual a vida significasse o despertar, quais seriam os sinais pelo caminho que intentam nos acordar? Podemos compreender por sonho ancorar a vida nas aparências, imagens e concepções que levamos conosco como ferramentas que interpretam, avaliam e julgam a realidade. Sonhar é fazer de um ponto de vista a realidade. É lidar com uma perspectiva e acreditar que está diante do todo.
A maioria de nós enxerga a vida a partir do seu próprio viver, das histórias pessoais, dos desejos e dos medos. Esse pacote que carregamos se torna a lente que comumente usamos para modelar a realidade e seguir vivendo a partir delas. Isso significa que vemos a realidade a partir do nosso mundo construído como um ponto de vista que acreditamos ser a verdade. Que grande sonho vivemos! O mais interessante é que durante a jornada sonífera, muitos acontecimentos, situações inesperadas e momentos oportunos se mostram como luzes sinalizando que o nosso ponto não é a realidade.
Os sinais que intentam nos despertar são contraditórios ao que esperamos, avaliamos, interpretamos e julgamos do nosso lugar restrito que é a história pessoal. Se mostra contraditório e reagimos com resistência, rejeição, fechamento e até ignoramos esses acontecimentos, situações, momentos e desencontros. Como reagimos com uma força de bloqueio, não conseguimos acordar do sonho de viver a partir de nós.
Os sinais continuarão pelo caminho independente do nosso desejo, medo, expectativa ou memórias pessoais. Acolher, deixar reverter formas de olhar, desmontar o ponto como verdade única, desconstruir a interpretação como fonte do absoluto, é se ver como personagem construído para sobreviver e como fôlego de vida momentânea e passageira. É tempo de reconhecer, acolher e amar o despertar que os sinais trazem consigo.